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Capital

Acusado de extorsão foi denunciado por alugar carro e deixá-lo em Goiás

Aline dos Santos | 21/04/2015 15:29
Luciano criou empresa para produzir shows gospel (Foto: Facebook/Reprodução)
Luciano criou empresa para produzir shows gospel (Foto: Facebook/Reprodução)

Preso desde a última quinta-feira por extorsão contra o vereador Alceu Bueno (PSL), tendo como pano de fundo denúncia de rede de prostituição, o empresário Luciano Roberto Pageu, 40 anos, também é réu em processos por apropriação indébita e falsificação de documento público. Neste último, também figura como réu Fabiano Viana Otero, que é apontado como integrante do grupo que orientou menores de idade a gravarem encontros com políticos para futura chantagem.

No processo de apropriação indébita, que tramita desde janeiro de 2013 na 5ª Vara Criminal de Campo Grande, Luciano e mais três pessoas foram denunciadas por locarem um carro e não devolverem. O veículo foi localizado e o dono disse que pagou R$ 12 mil. À época a Parati era avaliada em R$ 31.800.

Conforme o MPE (Ministério Público Estadual), o grupo locou o carro em 17 de março de 2010, na empresa Lokação Rent a Car, em Campo Grande. A locação foi por cinco dias, mas ao término do período a Parati não foi devolvida e eles alegaram não saber o paradeiro do carro.

Contudo, a apuração revelou que Luciano pediu para Deusvaldir Nunes da Rocha usasse seu nome como locatário, permitindo que Marcelo Velasco de Souza e Luís Alberto dos Santos também dirigissem. “Desse modo, Luciano, Marcelo e Luís viajaram para Goiânia/GO, retornando cada um em uma data diferente, alegando que o próximo a voltar é quem devolveria o veículo, resultando que todos retornam e nenhum se encontrava na posse do mesmo”, informa a denúncia.

A Parati só foi encontrada em Goiânia após diversas diligências da polícia. O dono do carro disse que pagou R$ 12 mil, mas desconhecia o vendedor. Segundo o Ministério Público, o veículo sofreu alterações, que indicam que pode ter sido utilizado para tráfico de drogas.

O carro estava sem som, o sistema de abertura do porta-malas não funcionava, soldagem embaixo do banco traseiro e soldas de reforço na parte interna.

O sumiço da Parati foi denunciado pela locadora à Polícia Civil em 27 de março de 2010. O carro deveria ter sido entregue em 22 de março. Na fase de inquérito, os citados prestaram depoimento à Defurv (Delegacia Especializada em Furtos e Roubos de Veículos).

Deusvaldir disse que somente cedeu o nome para a locação do veículo, a pedido de Luciano. Este, por sua vez, disse que pretendia comprar um caminhão boiadeiro em Caçú (GO). E a pesquisa de preços seria feita por Luis Alberto, agente da polícia. Segundo Luciano Marcelo, repassou o carro para outra pessoa. A versão foi confirmada por Marcelo. Já Luís disse em depoimento que teve documentos extraviados e não conhecia as demais pessoas.

A justiça aceitou a denúncia em 22 de janeiro de 2013. Desde então, foram diversas tentativas de citar os réus. Em fevereiro deste ano, a justiça desmembrou os processos contra Luciano e Luís, ambos citados por edital e não localizados. Já Marcelo e Deusvaldir terão audiência em agosto.

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