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Capital

Acusados por decapitar jovem após “julgamento” serão ouvidos em audiência

Sete pessoas são acusadas pelo crime que envolve conflito entre facções rivais Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho

Viviane Oliveira | 04/05/2018 10:55
Rudnei foi encontrado decapitado na noite do dia 7 de outubro do ano passado em uma estrada vicinal da região do Indubrasil (Foto: reprodução/Facebook)
Rudnei foi encontrado decapitado na noite do dia 7 de outubro do ano passado em uma estrada vicinal da região do Indubrasil (Foto: reprodução/Facebook)

Está marcada para as 13h30 desta sexta-feira (dia 4) a primeira audiência sobre a morte de Rudnei da Silva Rocha, o “Babidi”, 22 anos, que foi decapitado após "julgamento" feito pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) em Campo Grande. No total, sete pessoas são acusadas pelo crime que envolve conflito entre facções rivais PCC e CV (Comando Vermelho).

As facções são inimigas e têm origem distintas: o PCC veio dos presídios de São Paulo e o CV das penitenciárias do Rio de Janeiro. Se espalharam pelo país, e por Mato Grosso do Sul, com a troca de presos entre as unidades prisionais e também com a atuação das quadrilhas nas regiões fronteiriças, em buscas de drogas, armamento e ainda por meio da lavagem de dinheiro.

Os réus são: Ayumi Chaves da Silva, 21 anos, Lucas Carmona de Souza, 20 anos, Valdeir Lourenço, 44 anos, Rodrigo Roberto Rodrigues, 18 anos, Roberto Railson Maia da Silva, 21 anos, Cristina Gomes Nogueira Rodrigues, 31 anos, Mike Davison Medeiros da Silva Lima, 19 anos.

Segundo a denúncia, nos dias 6 e 7 de outubro do ano passado, na Rua Internacional, no Jardim Santa Emília, os acusados mantiveram a vítima em cárcere privado até que fosse feito o julgamento dela pelo tribunal do crime. Rudnei foi condenado e decapitado porque era traficante de drogas e integrante do PCC, porém teria se filiado ao Comando Vermelho, facção rival.

Estrada onde corpo foi encontrado com a cabeça decapitada (Foto: Direto das Ruas)
Estrada onde corpo foi encontrado com a cabeça decapitada (Foto: Direto das Ruas)

Para executar o crime, Ayumi e Valdir Lourenço cederam suas casas para que o julgamento do rapaz fosse realizado. Rodrigo Roberto e Cristiane levaram Rudnei até o local, enquanto Lucas e Mike foram os responsáveis por contê-lo. Após o encerramento do julgamento conduzido por Cristiane, em conferência com outros integrantes do PCC, determinou-se a execução do rapaz.

Na ocasião, Roberto levou Rudnei amarrado até o banheiro e lá mandou que ele deitasse no chão, com a cabeça dentro do box e as pernas em direção à porta. Enquanto a vítima tentava reagir, mesmo com as mãos e o pés amarrados, foi segurada por Rodrigo e decapitada.

Na sequência, os dois deixaram o corpo enrolado em um cobertor com a cabeça decepada ao lado em uma estrada vicinal da região do Bairro Indubrasil. A ré Cristiane também é acusada de corrupção de uma adolescente de 17 anos que participou do crime emprestando a sua casa para que fosse realizado o julgamento, que ocorreu em vários locais para não levantar suspeita da vizinhança.

Para o Ministério Público, o crime foi cometido por motivo torpe, meio cruel e com recurso que dificultou a defesa da vítima. O juiz titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Carlos Alberto Garcete de Almeida, determinou essa primeira audiência para ouvir os envolvidos.

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