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Capital

Adolescente é xingada de "preta sarnenta" por chefe e demitida

Caso foi registrado nessa noite na Depac Centro pela adolescente, em companhia de sua advogada

Nyelder Rodrigues | 13/08/2021 22:22
O caso foi registrado nessa noite na Depac do Centro. (Foto: Henrique Kawaminami)
O caso foi registrado nessa noite na Depac do Centro. (Foto: Henrique Kawaminami)

Uma garota de apenas 17 anos foi ofendida racialmente pela própria chefe e depois ainda foi demitida ao reclamar da situação, conforme relato feito pela sua advogada sobre o caso ocorrido nesta sexta-feira (13), em Campo Grande. A garota trabalhava em uma cafeteria há cinco meses, na Rua Raul Pires Barbosa.

A advogada da vítima, Mariana Canossa, contou a reportagem que os ataques ocorriam desde o início de sua jornada na empresa do Bairro Chácara Cachoeira e hoje foi, como ela mesmo classificou, a gota d'água de toda a situação.

Constantemente ofendida racialmente pela gerente do local, que é mãe da proprietária, a jovem foi reclamar para o departamento de Recursos Humanos. Contudo, lá ela recebeu a informação de que a gerente, por ser mãe da dona da cafeteria, não poderia ser demitida, e assim quem seria demitida seria a reclamante.

Os problemas no local, conforme o relato, começaram quando ela foi furtada na loja, já que era a única que recebia o salário em espécie e ficou com dinheiro guardado consigo. Contudo, as câmeras de segurança não registraram a situação e seus chefes não teriam permitido que ela registrasse o caso na Polícia Civil.

"Ela está passando por dificuldades, pois a mãe mudou temporariamente para cuidar do avô em Três Lagoas, e ela está abalada. Então, ela tem dermatite atópica e isso está atacado no momento e ao ver isso, a gerente a chamou de preta sarnenta e que precisava se tratar. Essa mesma gerente fez reunião e disse que ela era fedida", comenta.

Ainda segundo a advogada, a menina resistiu por mais tempo e se calou, pois precisava do emprego, mas hoje a situação se tornou insustentável. "Tinha até ordem expressa para outros funcionários não conversarem com ela", frisa.

O caso foi registrado nessa noite na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro e será encaminhado para a devida investigação no início da semana. O registro foi feito injúria racial e prática de racismo.

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