ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, TERÇA  19    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Advogado vai usar 'plano de execução' em defesa de oficial que matou marido

Pistoleiro foi preso depois de confessar que havia sido contratado para matar tenente-coronel

Luana Rodrigues | 20/06/2017 16:48
José Roberto Rodrigues Rosa, advogado de Itamara. (Foto: Luana Rodrigues)
José Roberto Rodrigues Rosa, advogado de Itamara. (Foto: Luana Rodrigues)

O advogado de Itamara Romeiro Nogueira, 40 anos, irá usar o suposto ‘plano de execução’ contra sua cliente na defesa junto ao processo em que ela responde pelo homicídio do marido, Valdeni Lopes Nogueira, 45 anos. O plano foi confessado à polícia por Robson William da Silva Medina, 26 anos, que disse ter sido contratado pela família de Valdeni.

“Vamos pedir para que esta ação (sobre o plano de execução de Itamara) seja transportada ao processo em que ela responde por homicídio, porque esses elementos servem para mostrar como é a forma do comportamento dessa família, fica bem claro como são pessoas violentas, como o Valdeni era, e é exatamente isso que nos vamos trazer a tona no dia do júri”, disse o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa, nesta terça-feira (20).

Itamara Romero responde pela morte do marido Valdeni Lopes em liberdade, desde o dia 19 de julho do ano passado. (Foto: Reprodução/ FacebooK)
Itamara Romero responde pela morte do marido Valdeni Lopes em liberdade, desde o dia 19 de julho do ano passado. (Foto: Reprodução/ FacebooK)

O advogado também se manifestou quanto a comentários do irmão do major morto, com relação ao suposto plano de execução da oficial. Em entrevista ao Campo Grande News nesta segunda-feira (20), Valdeci Alves Nogueira, 50 anos, irmão de Valdeni, disse que a policial “quer se fazer de vítima e quer intimidar a família com base em argumentos infundados”.

“Diante destas declarações, eu fui obrigado a me manifestar sobre esse processo e venho diante de vocês dizer que isso não é verdade, porque tem provas sobre a contratação, há provas sobre o plano e sobre os mandantes. A Itamara não tem nenhuma relação com isto, a não ser na condição de vítima”, disse o advogado.

Cópia de passagem mostra chegada de pistoleiro, que é de Amambai, em Campo Grande. (Foto: Luana Rodrigues)
Cópia de passagem mostra chegada de pistoleiro, que é de Amambai, em Campo Grande. (Foto: Luana Rodrigues)

Pistoleiro - No dia 10 de fevereiro deste ano, Robson teria surpreendido a mãe de Itamara, na casa em que ela mora, no bairro Coophatrabalho. Na ocasião, ele disse à ela que a família dela corria risco de morte, pois havia sido contratado “como pistoleiro” em um fazenda, para matar três mulheres, sendo elas Itamara, a mãe dela, e a filha do casal.

No dia do ocorrido, ao ser questionado sobre o motivo do alerta sobre os assassinatos, Robson alegou que havia desistido da ideia. Contudo, precisava de dinheiro.

Após a ameaça, a família acionou a Polícia Militar, que prendeu o rapaz em flagrante. Ele foi autuado por extorsão e homicídio qualificado na forma tentada. Na delegacia, Robson afirmou que as execuções haviam sido encomendadas pelas ex-cunhadas da PM para vingar a morte de Valdeni, irmão das mandantes.

Como prova de que havia sido contratado, o rapaz mostrou fotos das três vítimas. O suposto pistoleiro ficou quatro meses detido no Presídio de Trânsito e foi solto no dia 3 de junho, após ter sido julgado e inocentado pelo pelo juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal.

“Fato é que não há como condená-lo, vez que as provas não demonstram com certeza sua participação na empreitada criminosa”, justificou o magistrado a sua decisão.

Caso - No dia 12 de julho do ano passado, a tenente-coronel matou o marido com dois tiros, depois de uma discussão na casa onde moravam. Valdeni chegou a ser socorrido, mas morreu na Santa Casa.

A policial afirmou à polícia que foi vítima de violência doméstica. Em depoimento, Itamara relatou que foi agredida com socos e tapas, ameaçada de morte pelo marido e agiu em legítima defesa.

Nos siga no Google Notícias