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Capital

Advogado vai usar 'plano de execução' em defesa de oficial que matou marido

Pistoleiro foi preso depois de confessar que havia sido contratado para matar tenente-coronel

Luana Rodrigues | 20/06/2017 16:48
José Roberto Rodrigues Rosa, advogado de Itamara. (Foto: Luana Rodrigues)
José Roberto Rodrigues Rosa, advogado de Itamara. (Foto: Luana Rodrigues)

O advogado de Itamara Romeiro Nogueira, 40 anos, irá usar o suposto ‘plano de execução’ contra sua cliente na defesa junto ao processo em que ela responde pelo homicídio do marido, Valdeni Lopes Nogueira, 45 anos. O plano foi confessado à polícia por Robson William da Silva Medina, 26 anos, que disse ter sido contratado pela família de Valdeni.

“Vamos pedir para que esta ação (sobre o plano de execução de Itamara) seja transportada ao processo em que ela responde por homicídio, porque esses elementos servem para mostrar como é a forma do comportamento dessa família, fica bem claro como são pessoas violentas, como o Valdeni era, e é exatamente isso que nos vamos trazer a tona no dia do júri”, disse o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa, nesta terça-feira (20).

Itamara Romero responde pela morte do marido Valdeni Lopes em liberdade, desde o dia 19 de julho do ano passado. (Foto: Reprodução/ FacebooK)
Itamara Romero responde pela morte do marido Valdeni Lopes em liberdade, desde o dia 19 de julho do ano passado. (Foto: Reprodução/ FacebooK)

O advogado também se manifestou quanto a comentários do irmão do major morto, com relação ao suposto plano de execução da oficial. Em entrevista ao Campo Grande News nesta segunda-feira (20), Valdeci Alves Nogueira, 50 anos, irmão de Valdeni, disse que a policial “quer se fazer de vítima e quer intimidar a família com base em argumentos infundados”.

“Diante destas declarações, eu fui obrigado a me manifestar sobre esse processo e venho diante de vocês dizer que isso não é verdade, porque tem provas sobre a contratação, há provas sobre o plano e sobre os mandantes. A Itamara não tem nenhuma relação com isto, a não ser na condição de vítima”, disse o advogado.

Cópia de passagem mostra chegada de pistoleiro, que é de Amambai, em Campo Grande. (Foto: Luana Rodrigues)
Cópia de passagem mostra chegada de pistoleiro, que é de Amambai, em Campo Grande. (Foto: Luana Rodrigues)

Pistoleiro - No dia 10 de fevereiro deste ano, Robson teria surpreendido a mãe de Itamara, na casa em que ela mora, no bairro Coophatrabalho. Na ocasião, ele disse à ela que a família dela corria risco de morte, pois havia sido contratado “como pistoleiro” em um fazenda, para matar três mulheres, sendo elas Itamara, a mãe dela, e a filha do casal.

No dia do ocorrido, ao ser questionado sobre o motivo do alerta sobre os assassinatos, Robson alegou que havia desistido da ideia. Contudo, precisava de dinheiro.

Após a ameaça, a família acionou a Polícia Militar, que prendeu o rapaz em flagrante. Ele foi autuado por extorsão e homicídio qualificado na forma tentada. Na delegacia, Robson afirmou que as execuções haviam sido encomendadas pelas ex-cunhadas da PM para vingar a morte de Valdeni, irmão das mandantes.

Como prova de que havia sido contratado, o rapaz mostrou fotos das três vítimas. O suposto pistoleiro ficou quatro meses detido no Presídio de Trânsito e foi solto no dia 3 de junho, após ter sido julgado e inocentado pelo pelo juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal.

“Fato é que não há como condená-lo, vez que as provas não demonstram com certeza sua participação na empreitada criminosa”, justificou o magistrado a sua decisão.

Caso - No dia 12 de julho do ano passado, a tenente-coronel matou o marido com dois tiros, depois de uma discussão na casa onde moravam. Valdeni chegou a ser socorrido, mas morreu na Santa Casa.

A policial afirmou à polícia que foi vítima de violência doméstica. Em depoimento, Itamara relatou que foi agredida com socos e tapas, ameaçada de morte pelo marido e agiu em legítima defesa.

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