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Capital

Pistoleiro denuncia plano para executar oficial da PM e acaba absolvido

O alvo, a tenente-coronel Itamara, é ré confessa por matar marido que era major

Viviane Oliveira | 19/06/2017 12:40
Tenente coronel e major PM estavam juntos há 15 anos (Foto: reprodução)
Tenente coronel e major PM estavam juntos há 15 anos (Foto: reprodução)

Quase 1 ano depois, o assassinato do major Valdeni Lopes Nogueira, 40 anos, pela mulher, a tenente-coronel Itamara Nogueira Vieira, 45 anos, ocorrido em Campo Grande, tem um novo capítulo. Há 4 meses, a Polícia Militar descobriu que o pistoleiro Robson William da Silva Medina, 26 anos, havia sido contratado para executá-la.

A mãe e a filha dela também seriam mortas, de acordo com relatos do rapaz na época. Ele foi preso em flagrante no mesmo dia pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), ficou quatro meses detido no Presídio de Trânsito e foi solto no dia 3 de junho, após ter sido julgado e inocentado pela Justiça. As mandantes seriam Glória Lúcia Lopes Nogueira e Ângela Lucimar. As duas são ex-cunhadas de Itamara, que moram na cidade de Amambai.

Conforme o processo, no dia 10 de fevereiro deste ano, por volta do meio-dia, a mãe de Itamara foi surpreendida pelo homem em uma motocicleta que rondava a sua casa, no Bairro Coophatrabalho. Ele disse à mulher que a família dela corria risco de morte, pois havia sido contratado “como pistoleiro” em um fazenda para matar as três mulheres.

Ao ser questionado sobre o motivo do alerta sobre os assassinatos, Robson alegou que havia desistido da ideia. Contudo, precisava de dinheiro ou caso contrário “executaria o serviço”. Com medo da situação, a mãe de Itamara pediu que o homem aguardasse do lado de fora do portão porque, primeiro, consultaria o advogado da família. Ela, então, entrou para o interior da residência e ligou para a filha, que acionou a Polícia Militar.

Robson foi preso em flagrante e autuado por extorsão e homicídio qualificado na forma tentada. Na delegacia, o rapaz afirmou que as execuções haviam sido encomendadas pelas ex-cunhadas da PM . O motivo seria para vingar a morte de Valdeni, irmão das mandantes. Como prova de que havia sido contratado, o rapaz mostrou fotos das três vítimas.

Major foi morto com dois tiros (Foto: reprodução/Facebook)
Major foi morto com dois tiros (Foto: reprodução/Facebook)

O suposto pistoleiro foi julgado e absolvido pelo juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal. “Fato é que não há como condená-lo, vez que as provas não demonstram com certeza sua participação na empreitada criminosa”, justificou o magistrado a sua decisão.

Procurado, José Roberto Rodrigues da Rosa, advogado de Itamara, disse que não acompanhou o caso, mas que vai pedir o translado da ação penal para o processo que julga a tenente-coronel. A PM ainda não foi julgada.

O Campo Grande News tentou falar, por meio de mensagem no Facebook, com Glória e Ângela, mas até o fechamento deste texto não teve retorno. A reportagem também ligou para o celular de Valdeci Alves Nogueira, irmão das duas mulheres citadas. Porém as ligações não foram atendidas.

No relatório do inquérito que consta do processo contra o pistoleiro, a delegada Elaine Benicasa informa que o cópias da investigação seriam repassadas à delegacia de Amambai para providências cabíveis.

Perguntado se o caso está sob investigação, o delegado da cidade, Mikaill Alessandro Gouvea Faria, informou que não recebeu pedido de apuração do caso e que, pelas informações que circulam, não há prova concreta que incrimine as duas irmãs. “Elas são conhecidas na cidade. São pessoas do bem”.

Caso - No dia 12 de julho do ano passado, a tenente-coronel matou o marido com dois tiros, depois de uma discussão na casa onde moravam. Valdeni chegou a ser socorrido, mas morreu na Santa Casa. A policial afirmou à polícia que foi vítima de violência doméstica. Em depoimento, Itamara relatou que foi agredida com socos e tapas, ameaçada de morte pelo marido e agiu em legítima defesa.

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