Agentes de saúde querem fazer pesquisa para avaliar prefeitura na Capital
Os agentes de saúde e epidemiológicos de Campo Grande planejam iniciar pesquisa com a população para avaliar a administração do prefeito Nelsinho Trad (PMDB). A pretensão surgiu após encontro da categoria no último domingo e ruptura depois de negociação salarial com o Município.
Segundo o líder da classe, Amado Cheikh, faz parte da atuação dos servidores, além da função original, dialogar com os campo-grandenses em seus domicílios para saber de diversas questões que envolvem o bem-estar da população, entre elas, o nível de satisfação com a administração municipal.
“Já que entramos na casa das pessoas, vamos conversar e saber quais sugestões as pessoas têm para melhorar a gestão do prefeito”, diz Cheikh, garantindo, que comunicou à prefeitura sobre a iniciativa e que o resultado será encaminhado ao prefeito.
No domingo, durante o almoço, o vereador Athayde Nery (PPS)elogiou o trabalho dos agentes e o método de greve no início do ano, por reajuste salarial, alegando que os trabalhadores “ganharam respeito” na prefeitura.
“Vocês conseguiram colocar junto à Prefeitura um projeto de respeito à categoria”, enfatizou o vereador, comparando o movimento realizado pelos agentes de saúde às paralisações e mobilizações deflagradas pelos servidores estaduais em anos anteriores. “Quando fui servidor do Estado ajudamos a mudar a história política do Mato Grosso do Sul. Vocês, agora, estão construindo uma alternativa política para Campo Grande”, ressaltou Athayde, segundo informação divulgada por sua assessoria ontem e publicada em seu site oficial.
Amado, por sua vez, disse que o vereador foi um dos únicos que apoiaram a categoria durante a greve. “O Athayde até nos emprestou a sede do PPS, de graça. Somos muito gratos a ele e caso saia candidato a prefeito certamente iremos apoiá-lo”, revelou. Nery já foi homologado no partido como pré-candidato ao cargo no ano que vem.
Filiado ao PPS, o líder dos agentes garante que sua pesquisa não tem interesses políticos, mas aproveita para criticar Nelsinho. “O prefeito não fez nada por nós”, disparou.
Do lado da prefeitura, o secretário municipal de Saúde, Leandro Mazina, reprova o uso cargo dos agentes para qualquer função que não seja a de orientação a doenças endêmicas.
“Avaliar a qualidade da prefeitura não é função deles”, declarou Mazina.
Questionado sobre a possibilidade dos agentes terem motivação política, Leandro se irritou.
“Não falo sobre questões políticas. Qualquer atuação que exceda as atribuições legais do cargo deles não é legal”, complementou.