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Capital

Agepen quer fechar "buracos" para cortar sinal de celular em presídio

Aline dos Santos e Graziela Rezende | 11/03/2014 10:59
Diretor da Agepen, Deusdete explica que presídios passam por varredura. (Foto: Cleber Gellio)
Diretor da Agepen, Deusdete explica que presídios passam por varredura. (Foto: Cleber Gellio)

Envolvidos em 70% dos crimes, os presos vão ficar sem sinal de celular a partir deste primeiro semestre. O isolamento do Complexo Penal em Campo Grande, no Jardim Noroeste, está na fase final de testes.

De acordo com o diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) , Deusdete de Oliveira, os 15 mil metros quadrados do complexo são percorridos em busca de “buracos”.

Ou seja, pontos em que ainda é possível obter sinal de telefonia móvel. “Continuamos com os testes diários e vai ocorrer fechamento total nessa área. Também estamos testando a faixa de frequência das operadoras”, afirma.

Ele exemplifica que a Claro tem sinal muito forte na região. “Liga para Claro e pede para diminuir o sinal nesse ponto. Amplia ou reduz a faixa de frequência das operadoras, mas sem problema para a vizinhança”, salienta.

O desafio de calar os presídios é para conter os crimes extramuros. “Foi constatado que 70% dos crimes se não é a mando, tem a participação de detento. Ele se utiliza do princípio da oportunidade. Vamos dificultar o máximo possível a relação entre o preso e o comparsa”, diz o diretor da Agepen.

Os bloqueadores serão monitorados por câmeras de segurança, para evitar tentativas de depredação. As câmeras vão funcionar por controle remoto. No Instituto Penal, no dia 2 de março, um interno foi flagrado ao cortar um dos fios dos bloqueadores.

Depois de Campo Grande, o bloqueio do sinal da telefonia móvel deve chegar a presídios de Dourados e Três Lagoas. No mês passado, internos de diversas unidades prisionais do Estado fizeram um “movimento grevista” que pedia melhores condições dentro dos presídios. Segundo os presos, o movimento era motivado por conquista de “direitos humanos”. Para as autoridades, o protesto era por causa dos testes para a instalação dos bloqueadores de celulares.

O diretor da Agepen garante que o clima nas celas é tranquilo. “Nada de falar em motim. Estabelecemos um acordo com os presos. Eles cumprem as suas obrigações e recebem visitas e alimentação”, afirma. O Complexo Penal de Campo Grande é formado pelo Centro de Triagem; presídio Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima; Instituto Penal e Presídio de Trânsito.

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