Agetran elabora estudo para instalar câmeras ao longo da Rua Ceará
Objetivo é reduzir número de acidentes na rua, cenário constante de infrações e mortes
Cenário de acidentes e mortes, a Rua Ceará pode passar a ser constantemente vigiada para evitar as infrações de condutores. A Agetran (Agência Municipal de Trânsito) estuda instalar mais câmeras de videomonitoramento ao longo da via, uma das propostas de melhoria em segurança.
De acordo com a Agetran, o estudo está em fase de finalização e ainda não será divulgado se todos os cruzamentos vão receber monitoramento ou trechos considerados mais críticos.
De imediato, a agência informou que a pintura e a sinalização da Rua Ceará serão reforçadas “nas próximas semanas”.
As câmeras já são utilizadas em trechos próximos. No viaduto da Afonso Pena, um equipamento 360º foi instalado em 2022.
Na Rua Ceará, os flagrantes de conversão irregular são constantes. Hoje, novamente, a reportagem flagrou mais irregularidades: o pedestre que atravessava fora da faixa e o motociclista que fez a conversão à esquerda.
Outra imagem, cedida ao Campo Grande News, mostra o momento que dois carros estão parados na via para acessar a alça para a Avenida Afonso Pena. Um desiste e segue em frente; o outro, consegue fazer a manobra. Quem passa pelo local diz que a irregularidade é comum também entre os que querem estacionar em algum comércio no lado oposto.
Os pedestres não fogem à regra e atravessam fora da faixa. No cruzamento entre as ruas da Paz e Paraná, onde o ponto de ônibus fica no meio do trecho, muita gente se arrisca entre os carros para não ter que ir até a faixa de pedestres, a cerca de 150 metros de distância, em local de subida.
A reportagem voltou hoje à Rua Ceará e, no local, o projeto divide opiniões. "Eu acho que tem de multar, multar e multar” diz o comerciante Cleder Martins, 41 anos, que tem empresa próxima ao pontilhão. “A imprudência é de motoristas e pedestres”, avaliou, citando as pessoas que atravessam fora da faixa e os condutores que sempre fazem conversão à esquerda, principalmente para acessar Avenida Afonso Pena.
Segundo Martins, o ideal é que fosse instalado outro semáforo, além de mudar o ponto de ônibus de local, para que fique mais próximo da faixa de pedestres. “Se Agetran vir aqui, ficar uns 30 dias e multar todo mundo que faz essa conversão, resolve, se dói no bolso, pessoa se arruma”, avaliou.
O motoentregador Fábio Gomes, 55 anos, foi crítico ao projeto, alegando que a tecnologia está sendo usada para vigilância excessiva e desnecessária. “O que previne acidente é algum funcionário público de trânsito estar presente no local ou fazendo ronda”, disse. Gomes também questiona se esse tipo de monitoramento será eficaz para coibir o pedestre infrator.
O recepcionista Fernando Mendes, 31 anos, que utiliza moto cotidianamente diz que o uso de câmeras é “coisa boa”, desde que a intenção não seja só de aplicar multas. “Aí não estão cumprindo com propósito de segurança, é só pretexto para multar”.
As amigas Isabela Montania, 29 anos, e Raynara Santa, 21 anos, estavam andando, prestes a atravessar a via quando foram abordadas pela reportagem. “Acho uma boa, todos os dias eu passo aqui, essa rua é muito perigosa, acredito que câmera ou faixa de pedestres seria o ideal”.
Raynara, que saiu de entrevista de emprego, diz que foi a primeira vez que transitou pela região. “Essa rua é muito movimentada”. Ela acredita que acidentes não aconteceriam se houvesse monitoramento e semáforo. “É fundamental, né?". Ela também observou que a faixa de pedestres fica longe do ponto. "E o sol está quente, até chegar lá”.
As jovens até ensaiaram atravessar no trecho perto do pontilhão, mas foram avisadas que naquele ponto aconteceu atropelamento com morte, na última segunda-feira (30). Resolveram subir a via até a faixa, na Rua da Paz. (Colaborou Bruna Marques)
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