Além de convite aos mosquitos, lixo espalhado em bairro atrai até vaca

A cada esquina se vê sujeira no Bairro Jardim das Macaúbas, em Campo Grande. Sacolas de lixo, móveis descartados e pneus são parte do cenário que a reportagem viu percorrendo diversas ruas nesta manhã (1º), após acompanhar uma ação especial de vacinação contra a dengue em alunos de escola da mesma região.

Até vacas soltas reviravam sacolas em busca de restos de comida. Ato todo cinco animais foram contabilizados pela equipe. Ninguém por perto se identificou como o responsável por elas.

Cães e gatos fazem o mesmo para achar alimento, mas a preocupação maior dos moradores é com os descartes acumulando água e virando convite para a procriação do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, chikungunya e zika vírus.

Vazios - Há muitos terrenos baldios no bairro, além de lotes em construção. Restos de madeira e de outros materiais usados em obras são outro tipo de lixo comum por ali.

Clássicos criadores do mosquito, pneus eram mexidos pelo aposentado Diogo Martins, 73. Ele não mora no bairro, só estava de passagem na casa da irmã. A intenção era retirar a água acumulada no vão da borracha. O homem também pensou em alguma serventia para eles. "Vou levar para casa e por plantinhas dentro", disse.

Diogo condena a falta de senso coletivo de quem joga lixo. "Enquanto 10 pessoas se preocupam, 10 pessoas jogam lixo", fala. Ele ainda conta que já chegou a flagrar fila de carros parando para sujar os terrenos, bem cedo.

O matagal alto é problema nos terrenos baldios, que os moradores não souberam dizer à reportagem a quem pertencem.

Maria Vilma Batista, 55, mora no Jardim das Macaúbas há 20 anos e acredita que foi num terreno da Rua Laucídio Coelho que cresceu o mosquito que transmitiu o vírus da dengue para o filho e o levou a ter a forma grave da doença.

"Levou dois meses para ele se recuperar. Eu também tive e fiquei o dia todo tomando soro. É muito ruim ficar com dengue", disse Maria.

Já viu larva - O motoentregador Paulo César Batista, 52, afirma que o mosquito da dengue se reproduz aos montes no bairro. Ele mesmo conta já ter visto vários crescendo numa casa onde levou um botijão de gás.

"As pessoas não tem vergonha na cara. Eu fui levar gás para um cara e tinha larva num tambor. A dengue está matando e ela deixando o tambor assim. Saio na frente da minha casa e fico catando garrafa e lata que o pessoal joga. Povo é tudo mal educado. Só um cuidar não adianta, cada um tem que fazer a sua parte", se revolta Paulo.

Limpeza - O Campo Grande News questionou a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) sobre o cronograma de limpeza nas vias públicas do Jardim das Macaúbas e o de fumacê que combate o mosquito da dengue.

A pasta informou que equipes cumprem cronograma de limpeza no bairro desde o início do ano e que, ontem (29) mesmo, foi concluído o trabalho na Rua Oliverio.

Matéria atualizada às 11h17 para acrescentar resposta da Sisep.

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