Aluna sofre com doença fogo selvagem e bilhetes do tipo: "Te odeio, sem amigos"
Caso aconteceu em uma escola municipal de Campo Grande e mãe registrou boletim de ocorrência
Era para ser um ambiente acolhedor, mas para uma criança de 11 anos, portadora da doença chamada pênfigo e conhecida como fogo selvagem, o colégio se transformou em um lugar assustador. Ela está recebendo bilhetes com frases ameaçadoras e preconceituosas que teriam sido enviadas por colegas da Escola Municipal Doutor Plínio Barbosa Martins, no bairro Jardim Macaúbas, em Campo Grande.
Ao Campo Grande News, a mãe da menina contou que descobriu as ofensas contra a filha na quarta-feira (7) da semana passada. “Ela chegou em casa e quando foi fazer o dever encontrou os bilhetes. Ela chorou bastante, ficou bem deprimida”, disse.
Nos recados, os colegas de turma da menina, que está no 6º ano do ensino fundamental, escreveram frases que deixaram a mãe triste e revoltada.
“Na hora me subiu um nervoso. O ano passado ela teve a mesma coisa. Os amigos tomam as dores dela e me contam, porque ela vai guardando. Só que dessa vez eles acabaram deixando os bilhetes. O bilhete foi onde a gente descobriu”, destacou.
A doença autoimune deixa erupções na pele e não é contagiosa. Diagnosticada aos 8 anos de idade, a pequena tenta enfrentar a situação da maneira mais madura possível. Entretanto, para a mãe, situações como essas afetam o emocional dela, piorando o quadro.
Triste, a criança contou que não quer mais ir à escola por conta do bullying que vem sofrendo. A mãe procurou a direção da unidade de ensino na manhã dessa quarta-feira (14), e foi informada que o caso será investigado.
Agora, a dona de casa pede que a escola promova palestras de conscientização para as crianças, que convivem com colegas portadores das mais variadas doenças e deficiências. Além disso, espera ter ajuda no tratamento psicológico da filha, que está bastante abalada.
A mulher procurou, também, a DEPCA (Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente), onde o caso foi registrado como injúria e será encaminhado ao Conselho Tutelar.
Questionada, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou que se identificados, os responsáveis pelos autores dos bilhetes serão chamados na escola e o caso registrado em ata.
“A Secretaria de Educação tem o setor da SECOE (Setor de Acompanhamento de Conflitos Relacionados à Evasão e Violência Escolar) que realiza periodicamente, a formação continuada com diretores e coordenadores para que eles saibam identificar os casos de abusos, maus-tratos e violências, e fazer as denúncias ao órgão competente. O SECOE age ainda com palestras preventivas nas escolas e conversa diretamente com alunos sobre bullying e violência”, finaliza a nota.