Antes de balear corretor, Japonês fez campana de 13h na Amazonas
Principal suspeito de atirar contra o corretor de imóveis José Eduardo Borges Daniel, 42 anos, na madrugada de ontem (19), no cruzamento das ruas Amazonas e 13 de Maio, no São Francisco, em Campo Grande, o comerciante Marcos Makuto Ito, o Japonês, 50, apresentou-se hoje (20) à 1ª Delegacia de Polícia e confessou o crime.
Ele disse que foi à casa do vizinho para tentar esclarecer um furto ocorrido em sua casa quando o corretor teria se irritado e iniciado uma discussão. Para se defender de um possível atentado, o comerciante atirou contra o corretor, que foi atingido na costela.
Japonês contou ao delegado responsável pelo inquérito, Miguel Said, que teve a casa furtada na madrugada do dia 18. Ele mora na Rua Amazonas com a Rua Rui Barbosa e revelou que ficou procurando um possível ladrão durante 13 horas até que viu o vizinho entrando na casa em que mora por volta das 5h da quarta-feira.
A intenção de Japonês, conforme dito à polícia, era questionar se o corretor tinha algo a ver com o furto. Nesse momento, ofendido, o corretor começou a xingar o Japonês e teria colocado a mão na cintura, dando a entender que tinha uma arma de fogo para brigar.
Com a intenção de se defender, Japonês, que também estava armado, disse que pegou seu revólver calibre 38 e atirou contra o vizinho.
Desdobramentos – Por causa do acontecimento, Marcos Makuto será indiciado por tentativa de homicídio doloso, além de porte de arma de fogo de uso restrito, uma vez que além do revólver calibre 38, ele tinha uma espingarda calibre 44.
De acordo com Said, Japonês prestou depoimento e foi liberado. Ele aguardará o processo em liberdade porque procurou a polícia fora do período de flagrante e porque não tem antecedentes criminais. As duas armas dele foram apreendidas.
A vítima, que passou por cirurgia na Santa Casa da Capital, está em estado estável, consciente e orientada, conforme a assessoria de imprensa da instituição.
Segundo o delegado, José Eduardo Borges Daniel corre risco de ficar paraplégico por causa do local do ferimento. Ele deve prestar depoimento amanhã (21). Com a vítima, não foi encontrada nenhuma arma de fogo.
Versão do advogado – Hugo Melo Farias, advogado de defesa de Japonês, que acompanhou o depoimento do acusado, disse que seu cliente procurou se defender de uma situação que ocorria no momento.
Conforme explicação, a casa de Japonês foi assaltada quatro vezes de 2008 a 2014. No dia em que ele foi tirar satisfação com o vizinho, Japonês viu José Eduardo passar por diversas vezes em frente a sua casa.
Ele decidiu ficar de campana até ir conversar com o vizinho, após orientação de um amigo, que é policial.