Som excessivo pode causar perda auditiva e levar a situações extremas
Pesquisadora alerta para riscos à saúde, ao estresse e irritabilidade que a situação pode causar
O barulho excessivo provocado pelas comemorações e festas de fim de ano preocupa especialistas que investigam os impactos dos ruídos na saúde. Segundo eles, mesmo a exposição eventual pode causar danos, especialmente ao sistema auditivo, causando zumbidos ou perda auditiva.
RESUMO
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O excesso de ruído em festas de fim de ano preocupa especialistas, pois mesmo a exposição eventual a sons altos pode causar danos à audição, como zumbidos e perda auditiva. A poluição sonora, presente em diversos ambientes, afeta a saúde além da audição, causando irritabilidade, distúrbios do sono e problemas metabólicos, cardiovasculares e digestivos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que níveis acima de 75 decibéis são prejudiciais, e a legislação brasileira estabelece limites para exposição laboral. A falta de conscientização sobre os impactos da poluição sonora contribui para sua subestimação como problema de saúde pública.
À Agência Brasil, a professora do curso de fonoaudiologia da UFF (Universidade Federal Fluminense), Karla Vasconcelos, explica que a poluição sonora é resultado dos níveis elevados de intensidade sonora em diferentes ambientes, como academias de ginástica, trânsito, fábricas, bares, indústrias e shows. Conforme a pesquisadora, mesmo a exposição eventual pode causar danos.
“As pessoas, principalmente nesta época do ano, associam diversão à música alta, e não se dão conta de que, além de perturbar o sossego alheio, podem prejudicar sua própria saúde, principalmente a auditiva", disse.
A pesquisadora argumenta que a poluição sonora precisa ser compreendida como questão de saúde pública por causar prejuízos que vão além das perdas auditivas, como irritabilidade, distúrbios do sono, doenças metabólicas, cardiovasculares e digestivas. “O estresse causado pela exposição à intensidade de som elevado perturba o sossego e é um importante sintoma dessa exposição. É comum ouvirmos notícias trágicas causadas pelo transtorno provocado pelo excesso de intensidade sonora”, acrescenta.
Brigas e transtornos por conta de som alto já foram temas de reportagens no Campo Grande News. Um dos casos foi registrado por moradora do Bairro Buriti, incomodada com algazarra na Avenida Lúdio Martins Coelho. A mais recente, terminou em tragédia, com dois mortos após discussão no Jardim Aero Rancho.
Para o coordenador do ProAcústica (Comitê de Acústica Ambiental da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica), Rafael Andrade, a poluição sonora pode ser compreendida como “emissões sonoras que causam desequilíbrio ambiental e oferecem riscos à saúde e ao bem-estar”. “Quando tratamos da poluição sonora, temos um poluente que não deixa marcas visíveis no ambiente, o que faz com que o tema seja colocado em lugar secundário, visto como menos urgente e grave”, ressalta. “Essa negligência em relação à poluição sonora reflete a falta de consciência sobre o assunto, por não considerar diversas consequências da exposição prolongada ao ruído”.
Níveis de ruído - A OMS (Organização Mundial da Saúde) alerta que níveis de ruído acima de 75 decibéis (dB) são prejudiciais à audição humana. Já a legislação brasileira determina que o nível máximo de barulho a que um trabalhador pode ficar exposto ao longo de uma jornada de 8 horas é de 80 decibéis. O nível de exposição ao ruído máximo varia de acordo com o tempo de exposição, sendo que quanto maior a intensidade sonora, menor deve ser a exposição. (Com informações da Agência Brasil)
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