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Capital

Antes de chegar ao drive-thru, Disk-Covid é triagem para evitar "pegadinha"

Quem quiser fazer exame contra covid deve se submeter a formulário e equipe de médicos; maioria fica pelo caminho

Silvia Frias e Aletheya Alves | 14/04/2020 17:48
Médico bombeiro André Arakaki é um dos plantonistas do Disk Covid (Foto: Henrique Kawaminami)
Médico bombeiro André Arakaki é um dos plantonistas do Disk Covid (Foto: Henrique Kawaminami)

O caminho até o drive-thru para atestar infecção pelo novo coronavírus (Covid-19), instalado em Campo Grande, passa por formulário com lista de questionamentos e o escrutínio médico de equipe do Corpo de Bombeiros, o que acaba vetando a maioria, por não se encaixar no perfil necessário.  No Disk Covid, há quem também peça ajuda para saber quais as restrições estão em vigor e até como chegar a algum lugar.

O médico bombeiro André Arakaki é um dos platonistas do Disk Covid (3311-6262) funciona de segunda a segunda, das 8h às 18h, e foi instalado no Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança), no Parque dos Poderes. Segundo assessoria do Corpo de Bombeiros, no total, a equipe é formada por 12 médicos e 60 atendentes. Não foi permitdo fazer imagem do local.

Arakaki disse que, antes do início do trabalho do drive-thru, o Disk Covid era muito solicitado por quem queria tirar dúvida, como se algum estabelecimento poderia abrir, qual o contato para falar com a prefeitura ou até questionamentos mais aleatórios. “Praticamente tinha gente da Bahia que ligava para perguntar qual estrada pega para chegar em outro estado”, exemplificou.

Agora, com a possibilidade de se fazer os exames, o sistema está sendo mais usado por quem realmente quer se submeter ao exame.

Mas, para isso, a pessoa precisa vencer algumas etapas. A primeira é passar pelo formulário aplicado pelos soldados que estão no trabalho de assistentes. Arakaki não quis detalhar quais perguntas são feitas, mas citou algumas, como quais sintomas a pessoa está sentido, há quanto tempo, idade e se pertence a um grupo de risco. Mais que isso, não quis falar, precaução para evitar ligações de alguém que possa agir de má fé.

Se a pessoa passou pela primeira fase de questionamentos, é encaminhada para o médico que faz avaliação final e, posteriormente, o agendamento. Caso contrário, é barrada pelo assistente, no final desse formulário. “Eles precisam explicar, tem que ter muito cuidado para não dar resposta pronta, para que a pessoa não ligue de novo”, disse. Entre as opções, a que a pessoa não se encaixa no perfil do teste feito pela equipe no drive-thru ou que o período de sintomas não condiz com possível infecção.

Arakaki contou que alguns ficam bravos com a negativa, não entendem e, aí, os assistentes passam para o médico. “Quando eles não conseguem lidar, aí eles passam para o médico para acalmar a pessoa”, disse.

Exame é feito por agendamento e entrega de protocolo (Foto: Paulo Francis)
Exame é feito por agendamento e entrega de protocolo (Foto: Paulo Francis)

Sem citar números, o médico diz que a maioria acaba ficando pelo caminho e poucos realmente se encaixam no perfil de possível infecção pela covid-19. O médico diz que não parte do princípio de que as pessoas possam estar mentindo para tentar se aproveitar e fazer o exame. "É como se fosse consultório, a gente parte da ideia de que a pessoa está falando a verdade".

Em caso de agendamento, o Disk-Covid gera número de protocolo que deve ser usado no drive-thru, instalado no quartel do Corpo de Bombeiros da Rua 7 de Setembro. Para menores de 12 anos ou para quem está a pé, o exame agendado é direcionado para UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Coronel Antonino ou CRF Coophavilla.

Ontem, no primeiro dia, o drive-thru realizou 78 exames e, hoje, 51. Os exames são levados para o Lacen (Laboratório Central) para serem inseridos no sistema e, de lá, seguem para laboratório da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Os resultados devem sair em prazo de 24h a 48h.

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