Anvisa deve entregar em 30 dias relatórios sobre mortes na Santa Casa
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem 30 dias para entregar um relatório sobre as três mortes ocorridas no setor de oncologia da Santa Casa de Campo Grande. Representantes do órgão fiscalizador vieram de Brasília (DF) ao Mato Grosso do Sul na segunda-feira (21), para averiguar os casos. O grupo vai embora no final do dia de hoje (25).
No mês de junho, Carmen Insfran Bernard, 48 anos, Norotilde Araújo Greco, 72 anos, Maria Glória Guimarães, 61 anos, foram submetidas à sessões de quimioterapia na Santa Casa, morrendo respectivamente nos dias nos dias 10,11 e 12 de julho. A quarta vítima, Margarida Isabel de Oliveira, 70 anos, apresentou reações adversas, mas se recupera.
Durante entrevista concedida nesta manhã, Wilson Teslenco, presidente da ACBG (Associação Beneficente de Campo Grande), entidade mantenedora do hospital, disse que o medicamento fluoracil (5-FU) administrado no tratamento do câncer colorretal das vítimas, deve ser mantido pois é usado há mais de 40 anos pelos principais hospitais do pais.
“Por enquanto, não há indicação de que o fármaco tenha sido o responsável pelas mortes, pois os casos foram isolados. O critério adotado pelo hospital para usar o medicamento é a autorização da Anvisa, o que garante a eficiência do produto”, afirmou Teslenco, lembrando que, mesmo assim, o produto e o laboratório fabricante serão averiguados.
Fim do contrato – A ABCG antecipou o rompimento do contrato com o Centro de Oncologia e Hematologia de Mato Grosso do Sul, empresa contratada responsável pela quimioterapia na unidade de saúde. O motivo, segundo Teslenco, seria a quebra na relação de confiança, já que a administração do Centro demorou para comunicar o hospital sobre os óbitos. Uma comissão interna foi aberta para apurar o que de fato levou as mulheres à morte.