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Capital

Apesar de postos cheios, prefeitura corta plantão extra

Executivo alega não haver alta demanda

Jéssica Benitez | 06/02/2023 08:47
Posto de saúde do bairro Tiradentes (Foto Campo Grande News/Arquivo)
Posto de saúde do bairro Tiradentes (Foto Campo Grande News/Arquivo)

Mesmo com reclamações recorrentes vindas da população sobre demora e precariedade no atendimento em unidades de saúde de Campo Grande, decreto que autorizava médicos, enfermeiros e até motoristas a realizarem até 21 plantões de 12 horas ao mês foi revogado pela prefeita, Adriane Lopes (Patriota), nesta segunda-feira (6).

A medida era de junho do ano passado e tinha validade por 120 dias. Em novembro o Executivo prolongou por mais 90 e, agora, mesmo válido até 24 deste mês, foi revogado. De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), houve redução na demanda, por isso a autorização para plantões extras foi retirada.

O decreto citava aumento expressivo no atendimento pediátrico que chegou a 414% em janeiro de 2022, além da dificuldade de fechamento de escala de plantões devido ao reduzido número de servidores médicos e motoristas de ambulância atuantes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e a necessidade de manutenção dos serviços nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e CRSs (Centro Regionais de Saúde).

Portanto, médicos podiam realizar o equivalente a até 21 plantões de 12 horas, enquanto enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, motorista e motorista do Samu tinham autorização para o equivalente a até 17 plantões de 12 horas. Diante da revogação, o esquema não é mais permitido.

Situação – Sob a ótica de quem precisa encarar atendimento na rede municipal de saúde a versão é outra. Na última sexta-feira (3) o Campo Grande News recebeu série de reclamações por parte de pacientes que têm de levar a paciência ao pé da letra diante da situação da saúde na Capital.

Na UBSF das Moreninhas, por exemplo, quem buscou atendimento na última terça-feira (31) voltou para casa na mesma situação. De acordo com Claunice Alves, moradora da região, o cenário não é de hoje. “Não tinha médico e nem enfermeiro para atender. Já faz quatro meses que não tem médico para a gente se consultar. Não sabem quando vai ter médico”, disse.

Neste domingo (5) as denúncias continuaram. No CRS (Centro Regional de Saúde) do Tiradentes a demora no atendimento era longa. A enfermeira Ana Cristiane Campos procurou a reportagem para dizer que apenas dois médicos atendiam na unidade lotada e em três horas apenas três pacientes receberam atendimento.

Vale lembrar que unidades básicas não contam com atendimento de plantonistas, pois trabalham com escalas fixas disponibilizadas para conferência da população todos os dias no site da Prefeitura.

Executivo – Questionada sobre as reclamações recorrentes dos pacientes, a prefeita disse que o quadro de médicos para atender a rede municipal está completo e não há previsão de redução nos atendimentos.

“Foram chamados na semana passada 40 novos médicos, estamos com o quadro de médicos completo e agora a gente avança para melhor atender a população. Não vamos diminuir atendimentos nas unidades e vamos prestar com excelência esse serviço, o secretário de Saúde tem visitado todas as unidades para solucionar todos os problemas. Problemas tem, mas vamos resolver”, afirmou.

A Sesau informou por meio de nota que nos últimos dois anos, foram convocados 952 profissionais de saúde aprovados em concurso para reforçar o atendimento nas unidades, entre eles 108 médicos clínicos e especialistas. "Reforçando que o aumento na quantidade de plantões ocorre de maneira excepcional".

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