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Capital

Aplicativo aguarda estrutura para “salvar” mulheres da violência

Kleber Clajus | 15/01/2015 13:45
Aplicativo teve protocolo de implantação assinado hoje, mas aguarda ajustes para iniciar operação (Foto: Kleber Clajus)
Aplicativo teve protocolo de implantação assinado hoje, mas aguarda ajustes para iniciar operação (Foto: Kleber Clajus)
Sistema possibilitará envio de sinais de socorro quando houver nova ameaça de violência (Foto: Alcides Neto / Arquivo)
Sistema possibilitará envio de sinais de socorro quando houver nova ameaça de violência (Foto: Alcides Neto / Arquivo)

Criado para auxiliar mulheres com medidas protetivas, o aplicativo “botão da vida” esbarra em questões técnicas para ter iniciada a fase de testes, em Campo Grande. Dentre os pontos a serem solucionados estão a interligação do sistema com a Polícia Militar, treinamento de guardas municipais e transferência da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) para novo endereço.

Liz Derzi Matos, titular da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, esclareceu que o desenvolvimento da tecnologia, a cargo da empresa JustWorks, foi concluído. “Escolhemos criar um aplicativo de celular pelo custo reduzido e possibilidade de atender mais mulheres. Nosso objetivo é ter tolerância zero com a violência contra a mulher”.

O investimento foi de R$ 20 mil, provenientes de parceria com o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), por um sistema que permite, quando acionado, envio de três avisos simultâneos. Estes serão compostos por e-mail para central de controle, SMS para Guarda Municipal e ligação para o 190, serviço ainda a ser interligado. A fase de testes, quando iniciada, vai durar três meses e deve beneficiar 200 mulheres.

Conforme o secretário municipal de Segurança Pública, Valério Azambuja, cerca de 30 profissionais serão designados para atuar, em regime de plantão, em duas patrulhas da Lei Maria da Penha. Eles, no entanto, ainda aguardam capacitação para lidar com casos de violência doméstica.

A inauguração da Casa da Mulher Brasileira, prevista para o dia 26, também deve proporcionar melhor infraestrutura de atendimento e acolhimento das mulheres, uma vez que contará com a primeira Delegacia da Mulher operando 24 horas.

“Este é um momento importante para Campo Grande e Mato Grosso do Sul por discutir todas as formas de proteção, pois isso é responsabilidade de todos. Precisamos de experiências exitosas”, disse a secretária Nacional de Enfrentamento a Violência Contra a Mulher, Aparecida Gonçalves.

Balanço da violência – Rozely Molina, titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), pontuou que somente em janeiro deste ano foram registrados 180 casos de violência contra a mulher na Capital. No ano passado, o número chegou a 5.966 boletins de ocorrência, além de dez mortes.

O desembargador do TJMS, Ruy Celso Florence, ressaltou que o aplicativo “não vai solucionar, mas ajudar muito” na redução dos índices de violência contra a mulher. Os esforços, conforme o magistrado, precisam ser conjuntos para retirar o Estado da quinta posição de ranking relativo ao número de vítimas.

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