Apontado como suspeito de matar drag queen, ex-namorado diz ter álibi
Universitário afirma que foi até a Depac do Centro na madrugada de hoje para esclarecer tudo
Apontado num primeiro momento como principal suspeito do assassinato de Eder Henrique Coenga, de 27 anos, o ex-namorado do jovem afirma que estava em outro local com amigos no momento do crime. Ele deu entrevista ao Campo Grande News na condição de que o nome fosse preservado.
A vítima, que atuava como drag queen em Campo Grande, foi executada com na noite desta sexta-feira (21), no trecho sem saída da Rua Frederico Soares, próximo ao Shopping Campo Grande.
“As pessoas ficam revoltadas e muita informação corre solta. Estou chocado e espero que a tragédia que aconteceu com o Eder seja esclarecida e o culpado punido”, afirma o estudante de Direito de 37 anos.
Ele conta que no horário em que o crime aconteceu, por volta das 19h de ontem, estava em frente a Morada dos Baís, na Avenida Afonso Pena, esperando o primo e uma amiga para irem para casa juntos. Além disso, pontua que tem tatuagens em locais que o suspeito gravado por câmera de segurança suspeito indo ao encontro de Eder não tem.
“Disseram que me reconheceram por causa de uma tatuagem na panturrilha, mas tenho duas tatuagens no braço direito, ao contrário do homem que aparece nas imagens das câmeras de segurança”, relata.
No vídeo, a vítima aparece caminhando às 19h22 e homem de roupa clara é filmado caminhando em direção à vítima às 19h26. No minuto seguinte, o suspeito volta correndo. Veja:
O universitário afirma que foi até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro e prestou depoimento à polícia na madrugada deste sábado (21), horas após o crime. “Cheguei por volta da meia-noite e saí de lá 1h55. Expliquei tudo”, conta.
Convicto da inocência, ele diz não ter medo do curso que as investigações possam tomar. “Não tenho medo da polícia, mas do pensamento das pessoas que acham que fui eu”, revela.
O estudante e Eder tiveram relacionamento que durou cerca de três anos. O namoro terminou em fevereiro deste ano, mas, segundo o ex, mesmo com o fim, apenas lembranças boas ficaram. “Não tenho coisa ruim para falar. Ele era uma pessoa encantadora, educada, humilde e que todo mundo gostava. Ele era trabalhador e muito bom como drag queen”, finaliza.
Eder dava vida a drag queen Apollo Black, uma das mais queridas e experientes da cena LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) de Campo Grande. Ele concorreu no concurso Drag Star MS 2018 e foi eleito a melhor drag queen do Estado.
O Campo Grande News apurou que até agora ninguém foi preso pelo crime.