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Capital

Após 4 anos de espera, Santiago pega 'carona' em avião na busca por transplante

Santiago Cuella está na fila por um rim e descobriu, em plena véspera de Natal, que há um doador compatível em Curitiba

Adriano Fernandes | 24/12/2020 14:42
Após 4 anos de espera, Santiago pega 'carona' em avião na busca por transplante
Santiago, de azul ao lado dos militares do Corpo de Bombeiros. (Foto: Arquivo Pessoal)

Um jovem da Capital, de 28 anos, recebeu de presente neste 24 de dezembro, uma notícia que esperava há 4 anos. Santiago Cuella da Silva está na fila para receber um transplante de rim e descobriu, em plena véspera de Natal, que há um doador compatível em Curitiba, no Paraná.

Como não haviam voos com destino a Curitiba no Aeroporto Internacional de Campo Grande o rapaz teve de pegar uma “carona” em um avião do Corpo de Bombeiros, para conseguir chegar a Capital paranaense, antes das 20h, prazo limite para o transplante.

A professora Marlene Cuella, mãe do rapaz, é quem descreve o misto de alegria e ansiedade que a família teve de enfrentar nesta manhã.

“Assim que recebemos a notícia do transplante fomos procurar voos, mas não tinham aeronaves para chegar a tempo em Curitiba e de carro também não daria tempo”, comenta. Santiago faz hemodiálise há quatro anos, depois que o funcionamento dos rins foi comprometido por conta de uma grave pneumonia. Foi graças auxilio de amigos que Marlene conseguiu a viagem para o filho.

A professora conta que muitas pessoas compartilharam o pedido de ajuda nas redes sociais até ela ser informada de que um avião do Corpo de Bombeiros, que também tinha como destino Curitiba, ia sair da Capital às 10h, com outros dois pacientes que também estão na fila de transplantes.

“Ele fez os exames em Curitiba no mês passado e nos informaram que até março ele poderia ser chamado para o transplante, mas Papai Noel chegou no dia certo. Foi a mão de Deus quem nos ajudou”, comemora Marlene.

Após 4 anos de espera, Santiago pega 'carona' em avião na busca por transplante
Santiago durante o voo.(Foto: Arquivo Pessoal)

Depois de serem informados sobre a urgência da viagem os militares do Corpo de Bombeiros, aguardaram a chegada do rapaz no Aeroporto Santa Maria, em Campo Grande.

Além de Santiago, seguiram viagem com os bombeiros, Eliete Contine Silva, de 54 anos, que também esperava transplante de rim e mora na Capital e Janete Ribeiro Perin, que é moradora de Jardim e esperava pela doação de um fígado.

O transporte foi viabilizado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) e feito em uma aeronave bimotor Baron G58. O embarque ocorreu por volta das 11h e durou cerca de 2 horas até o aeroporto Bacacheri em Curitiba. De lá, o Corpo de Bombeiros do Paraná fez o translado dos pacientes até o hospital em viatura.

Marlene não disfarça a felicidade pela viagem ter dado certo, apesar de todos os apuros, mas revela que o rapaz ainda tem alguns desafios pela frente. Isso porque Santiago é uma das cinco pessoas compatíveis com o rim do doador.

“Estão sendo doados os dois rins de um rapaz que foi vítima de um acidente. O órgão será transplantado para o paciente com maior grau de compatibilidade, respeitando a ordem de espera na fila. Ou seja, meu filho ‘compete’ com mais cinco pessoas”, comenta.

Após 4 anos de espera, Santiago pega 'carona' em avião na busca por transplante
Santiago e a mãe, Marlene. (Foto: Arquivo Pessoal)

Ao todo foram convocados dez pacientes que podem receber os órgãos do doador.

Caso Santiago receba o rim ele ainda terá de ficar internado por 15 dias no hospital e ficar mais três meses em Curitiba. O transplante será realizado no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul.

“Estamos até pensando em fazer uma vaquinha ou uma promoção para arrecadar dinheiro para conseguir manter ele em Curitiba por esse tempo”, comenta.

Interessado em dar algum tipo de ajuda à família do rapaz pode entrar em contato com a redação pelo canal Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563.

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