Após 5 meses, bairro mais populoso da cidade cobra reabertura de parque
A população do bairro mais populoso de Campo Grande, o Aero Rancho, há 5 meses espera a liberação do Parque Ayrton Senna, interditado desde junho deste ano. Sem ter lugar para fazer atividades físicas, alguns caminham às margens da Avenida Ernesto Geisel, se expondo ao risco de acidentes e assaltos.
O padeiro Fábio de Paula Almeida, 24 anos, que trabalha em frente ao parque, diz, inclusive, que crianças que usavam o parquinho do local, agora estão brincando nas ruas do bairro, em meio a veículos. “Sem falar que das ações sociais, onde faziam documentação, nunca mais acontecerem. Natação era todos os dias, também está parada. O pessoal agora está caminhando pela Ernesto Geisel”, explica.
O marceneiro Márcio Fernando de Souza, 27, conta que as obras da pista de atletismo também estão paradas. Mas uma notícia tem empolgado a comunidade. Ele lembra que funcionários de uma empresa terceirizada, que faz o serviço de limpeza no parque, estiveram por lá essa semana e informaram que ele será reaberto no dia 7 de novembro. “A esperança é de que isso aconteça, porque uma baita área de lazer dessa não pode ficar abandonada”, avalia.
Conforme moradores, o Corpo de Bombeiros, que interditou o parque após vistorias realizadas em 2014 e 2015, onde foi constatado fezes de pombos nas estruturas metálicas, o que colocava em risco saúde dos participantes, esteve limpando a área também nesta semana. Para eles, esse é um indício de que o parque será reaberto.
O pedreiro Flávio César Vieira de Almeida, 50, comenta que os campeonatos e jogos, que antes aconteciam no parque, foram transferidos para o Complexo Poliesportivo Jacques da Luz, no Moreninhas. “Mas fica muito longe para a população ir até lá. E até a biblioteca que tinha aí, as crianças não podem usar. Para mim isso é um descaso de políticos com a população”.
As amigas Lethícia Garcia, 16, Thaís Morom, 17, e Ana Paula Garcia, 26, sempre tomavam tereré dentro do parque. Agora elas ficam sentadas nas calçadas em volta do parque, porque não possuem mais área de lazer. “A gente fica querendo entrar e não pode. Fica complicado assim”, salienta Lethícia.
Já Thaís diz que fica preocupada em incomodar as pessoas que fazem caminhada pelas calçadas. “Eles têm onde correr ou caminhar e acabam usando as calçadas em volta para isso, mas quando a gente senta na calçada acaba atrapalhando”.
O MPE (Ministério Público do Estado) solicitou que a prefeitura de Campo Grande inclua na lei de diretrizes orçamentárias, que terá validade no próximo ano, providências para melhorias e adequações na infraestrutura das instalações. Mas, de acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, o parque prossegue interditado e sem previsão de reabertura.