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Capital

Fechado há quase três meses, Parque Ayrton Senna tem futuro indefinido

Flávia Lima | 30/08/2015 11:42
Parque está com parte da cobertura retorcida e sem pintura. (Foto:Fernando Antunes)
Parque está com parte da cobertura retorcida e sem pintura. (Foto:Fernando Antunes)

O que era para durar apenas dez dias, já se prolonga por quase três meses. Interditado devido a irregularidades, que representavam risco à segurança e à saúde dos frequentadores, o Parque Ayrton Senna, localizado no Bairro Aero Rancho, permanece fechado, prejudicando lazer de pelo menos duas mil pessoas que tinham o hábito de utilizar o local para práticas de lazer e esportivas.

A infestação de pombos provocou um acúmulo de fezes nas estruturas metálicas do ginásio, sanitários, quadra de esportes e salas operacionais do parque, que também não dispõe de rotas de fuga, implantação de brigada de incêndio, instalação de hidrantes e boia salva vidas nas piscinas.

As denúncias feitas em junho pela própria Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) foram encaminhadas à 34ª Promotoria de Justiça, que requisitou a interdição do local após vistoria do Corpo de Bombeiros.

Na ocasião, o então coordenador de parques e áreas verdes da Funesp, Wilson Benedito Guedes, havia dito que existia um projeto prevendo a reestruturação e adequação do parque, que estava sendo elaborado desde o inicio doano, porém, devido a questões burocráticas, não teve andamento.

Os gêmeos Ryan e Ruan perderam o espaço para brincar com a bicicleta. (Foto:Fernando Antunes)
Os gêmeos Ryan e Ruan perderam o espaço para brincar com a bicicleta. (Foto:Fernando Antunes)

De acordo com o laudo de interdição, que ainda pode ser visto no portão de entrada, as atividades esportivas e recreativas desenvolvidas no local também não tinham fiscalização, além do parque deixar de cumprir normas de segurança.

A prefeitura tinha um prazo de 30 dias para encaminhar o projeto de readequação e a partir daí uma nova vistoria deveria ser realizada.

Agora, com a troca de prefeito, a interdição do parque permanece indefinida e deve se prolongar até que o cenário político recupere a estabilidade.

Segundo o tenente-coronel Joilson de paula, que na época do fechamento do parque compunha a assessoria do Corpo de Bombeiros, a prefeitura chegou a encaminhar vários projetos arquitetônicos a uma empresa que iria providenciar as alterações, porém ele não sabe informar se entre esses projetos está o do Ayrton Senna.

Enquanto a situação não se resolve, os moradores das imediações reclamam da falta de opção no bairro, principalmente para levar as crianças nos finais de semana. É o caso da estudante Luciana Freitas, que na manhã deste domingo (30) passeava com os sobrinhos gêmeos Ryan e Ruan Alexandre Gomes, de cinco anos, nas imediações do Ayrton Senna.

O marceneiro Rodrigo Liocalos transferiu as corridas para a área externa do parque. (Foto:Fernando Antunes)
O marceneiro Rodrigo Liocalos transferiu as corridas para a área externa do parque. (Foto:Fernando Antunes)

Ela conta que os meninos perderam o principal espaço de diversão e sempre que passam em frente ao parque, questionam a razão por não poderem mais entrar no local. Como os irmãos não dispensam um passeio de bicicleta, acabaram perdendo a diversão, já que os pais não ficam tranquilos em deixar as crianças brincando na rua.

"Durante as férias escolares eles só ficaram em casa. É uma pena, porque o parque é um ponto de reunião das famílias e ambulantes do bairro. Todo mundo tomava tereré no local no final do dia", diz Luciana.

A mãe da estudante, a dona de casa, Irani Aparecida Freitas, reclama que não muito longe dali, há um espaço que deveria ter se transformado em uma praça, mas no momento acumula apenas lixo, mato e até móveis quebrados. Irani diz que a promessa vem desde a administração do ex-prefeito Nelsinho Trad, mas até o momento, nada foi feito. "Poderia ser uma opção até o parque reabrir, mas agora acho que não vai sair mais do papel", afirma.

O marceneiro Rodrigo Liocalos também precisou alterar sua rotina de atividades físicas. Acostumado a correr todos os dias no parque, agora resta a calçada para praticar os exercícios. Mesmo fechado ao público, o marceneiro conta que funcionários da prefeitura podem ser vistos dentro do parque durante a semana, mas não é possível saber se estão realizando reparos. "Essa semana vi um caminhão descarregando concreto, mas não vi melhorias ainda", diz.

Enquanto permanece interditado, o parque já apresenta deteriorações em alguns setores, como na parte frontal de uma das laterais da cobertura, que está retorcida devido a uma ventania. "Se nem a saúde do município mereceu atenção especial, imagine um parque. Vai ficar por último", ressalta.

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