Após acidente, motorista acusa estudante de racismo
Jovem prestou esclarecimentos na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Cepol
Analista de sistemas acusa acadêmico de Medicina de chamá-lo de “viado” e “macaco” após acidente de trânsito. O caso aconteceu na manhã desta quarta-feira (19), na Avenida Ricardo Brandão, em Campo Grande.
Na delegacia, Andrey Paes de Siqueira, de 29 anos, alegou que o universitário furou o semáforo vermelho e bateu na traseira do HB20 que ele conduzia. Após o acidente, o jovem teria pedido os documentos do analista de sistemas e dito que não poderia parar por estar atrasado para uma prova.
“Eu tirei foto do carro dele e foi onde ele desceu e começou a me agredir. Ele me agrediu, entrou no carro e foi embora. Foi onde eu disse: ‘pode ir que daqui há pouco eu te encontro’. Eu segui ele, ele estacionou o carro dentro da universidade e foi para a sala”, disse Andrey.
O HB20 de Andrey foi danificado no para-choque traseiro, enquanto o veículo do universitário estragou o para-choque dianteiro. “A questão não é nem o carro. [...] A questão mesmo é porque ele me agrediu e foi racista. Eu nunca tinha passado por isso”, disse.
Vídeo gravado por Andrey mostra momento em que o universitário conversa com uma outra pessoa, demonstrando preocupação com seu carro. "Estou com medo que ele faça alguma coisa com meu carro", disse o estudante. Andrey responde que vai fazer. "No meu carro", pergunta o universitário. "É", responde ele.
O estudante pergunta o que ele vai fazer no carro e entra na universidade. Andrey o segue, chamando de "filhinho de papai" e, já nas escadas, chega a xingar o rapaz de fdp. Nas imagens, o jovem aparece falando ao telefone com sua mãe. Em determinado momento ele diz: “Vai fazer o quê? Vai fazer o quê? Ô mãe, eu vou bater nele”, a filmagem encerra logo em seguida.
O motorista relata que, durante a discussão, o universitário o teria chamado de “macaco” e de “viado”, mas não tem gravação do momento. Os militares foram até a universidade e depois seguiram para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada), onde a ocorrência será registrada.
O Campo Grande News não localizou o estudante de Medicina para ouvi-lo.
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