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Capital

Após cadeira de rodas e pinos, vítima de buraco processará prefeitura

Fernanda Mathias | 15/06/2016 10:34
Quase três meses após acidente, Sebastião usa muletas e ainda não tem previsão para voltar a trabalhar. (Foto: Alcides Neto)
Quase três meses após acidente, Sebastião usa muletas e ainda não tem previsão para voltar a trabalhar. (Foto: Alcides Neto)

Depois de sofrer múltiplas fraturas ao cair com a motocicleta em um buraco na região do Jardim Aeroporto, a vida do assistente administrativo Sebastião Conceição, 40 anos, virou desafio diário e ele pretende acionar a Prefeitura de Campo Grande na Justiça para ser indenizado pelos danos materiais, morais e físicos sofridos.

O acidente foi no dia 28 de março, às 17h40, quando Sebastião saía do trabalho para casa. Sebastião seguia em sua motocicleta, na Avenida Wanderlei Pavão, quando caiu em dois buracos. Ele relata que uma camionete passou na sua frente e por isso não teve visibilidade dos buracos. “Estava com a velocidade reduzida, porque já estava próximo do quebra-molas. Quando bati no segundo buraco, a moto virou e caiu em cima de mim”.

O veículo não teve avarias, mas Sebastião sofreu várias fraturas, no braço, perna e torceu o pulso. A partir daí, a vida do assistente administrativo passou por uma completa mudança, com cirurgia para implantação de haste, placas e parafusos e 60 dias na cadeira de rodas. Durante um mês precisou fazer curativos em dias intercalados na Santa Casa.

Sebastião precisou implantar placas, pinos e haste após fraturar braço e perna (Foto: Reprodução Facebook)
Sebastião precisou implantar placas, pinos e haste após fraturar braço e perna (Foto: Reprodução Facebook)

Somente no fim de maio, Sebastião pôde passar para as muletas, mas com recomendação expressa do médico de que só 30% do peso poderiam ser apoiados sobre as pernas. Para recuperar os movimentos, as sessões de fisioterapia começaram e serão pelo menos 30, entre braço e perna.

“É muito humilhante porque a gente é acostumado a se virar, é referência para os filhos e família. De repente passa a depender das pessoas até para pegar um copo de água”, desabafa. Pai de quatro filhos, três deles dependentes, além das limitações físicas, Sebastião também enfrenta o drama de lutar pelo seguro do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), já que a primeira perícia só ficou agendada para esta sexta-feira (17) e terá de ficar pelo menos mais 60 dias sem trabalhar. “Estou tendo muitas despesas, usando táxi, sem contar que não poderei mais nem passar pela porta de um banco sem apitar”, enumera.

Buracos representam desafio até para pedestres. Neste caso, na Rua da Paz (foto: Alcides Neto)
Buracos representam desafio até para pedestres. Neste caso, na Rua da Paz (foto: Alcides Neto)

Problema generalizado – O caso de Sebastião não é isolado. De acordo com a Bptran (Batalhão de Policia Militar de Trânsito),a cada 24 horas seis motociclistas são vítimas de quedas no trânsito de Campo Grande, uma situação agravada pelos buracos que aumentaram com as últimas chuvas.
Diariamente o Batalhão atende 25 acidentes envolvendo motocicletas; em média, seis são quedas e há muitos casos em que a causa são os buracos, conforme a polícia de trânsito.

Todos os dias a Prefeitura de Campo Grande informa no site e Facebook o cronograma do programa de recuperação das ruas na operação tapa-buracos. Até o dia 15 de maio foram tapados 62.679 buracos em 1.496 ruas da Capital.

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