Após denúncias de execução, polícia procura corpo de desaparecido em mata
“Isso é muito triste e sofrido. Está sendo angustiante para gente”, lamentou a mãe de Ricardo
Após denúncias de que Ricardo Ventura Barbosa, desaparecido há cinco dias, foi assassinado, policiais da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) foram a área de mata do Jardim Colibri, em Campo Grande, para procurar pelo corpo. As buscas são acompanhadas por familiares do homem de 38 anos, que não é visto desde sexta-feira (31).
Na tarde desta quarta-feira (5), policiais da delegacia especializada, à paisana, foram até um terreno na rua Michel Calarge, próximo a Graça Aranha, para checar informações de que o corpo de Ricardo foi enterrado às margens do Córrego Bálsamo, que passa pela região. A área é de difícil acesso e de mata fechada.
Na busca por informações, familiares de Ricardo também foram ao local, mas foram orientados a aguardar do lado de fora do terreno. Foram eles os primeiros a saber do possível assassinato do vendedor de acessórios para carros.
Nesta manhã, a mãe de Ricardo, de 66 anos, conversou com a equipe de reportagem. Abalada, ela não escondeu as lágrimas ao contar a última vez que viu o filho. Foi na quinta-feira, dia 30 de julho.
Ricardo dividia morada com um amigo, em um barraco da favela do Bairro Alves Pereira, mas periodicamente ia até a casa da mãe para tomar banho e comer. Foi por isso que procurou a família na tarde daquele dia. Ao lembrar da conversa com o filho, a mulher reproduz o diálogo: “Tá bem meu filho?”. “Tô de boa”.
Depois disso, ela não viu mais Ricardo. Vizinhos, no entanto, contaram que ele andou pelo bairro na sexta-feira, mas depois desapareceu. O vendedor era assumidamente usuário de drogas, usava o dinheiro do salário para manter o vício e nunca foi preso ou teve envolvimento com facções criminosas. Nunca falou sobre ameaças ou inimigos também.
Após o fim de semana sem notícias, as primeiras informações começaram a chegar. Conhecidos passaram a procurar a família para perguntar de Ricardo e com muita insistência da mãe e dos irmãos dele, contaram sobre o possível assassinato. O “boato” era de que o vendedor foi morto a tiros, teve o corpo carbonizado e em seguida foi enterrado às margens do córrego, alguns metros do barraco que morava.
A informação foi repassada a polícia, que chegou a ir ao local ontem, mas nada foi encontrado. Por isso, as buscas continuaram nesta quarta-feira. “Isso é muito triste e sofrido. Está sendo angustiante para gente”, lamentou a mãe de Ricardo. Ao lado dela, a irmã do desaparecido, de 33 anos, contou que ele nunca ficou sem dar notícias, mesmo quando não aparecia, ligava e contava onde estava.
“É difícil, porque a gente não tem informação certa. Nem a polícia, nem os vizinhos, ninguém fala nada”, desabafou. Até o momento, não há confirmação sobre o que realmente acontece com Ricardo.