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Capital

Após destruir casa de vizinho, piloto tem de pagar 100 mil para deixar prisão

Confusão começou porque um dos vizinhos soltava fogos em frente ao condomínio. Tanto autor quanto vítima moram no mesmo andar

Viviane Oliveira | 02/01/2020 11:17
Fachada do condomínio onde aconteceu a confusão (Foto: Henrique Kawaminami)
Fachada do condomínio onde aconteceu a confusão (Foto: Henrique Kawaminami)

O piloto de avião Jonas Mongenot Júnior, 41 anos, foi preso após destruir o apartamento do vizinho na noite do dia 31 para o dia 1º. O caso aconteceu no condomínio Jardim do Jatobá, localizado na Avenida Afonso Pena, em frente ao shopping Campo Grande, no Bairro Santa Fé (veja vídeo no final).

Tanto autor quanto vítimas são moradores do 10º andar. Jonas passou por audiência de custódia nesta manhã no Fórum e para se livrar da prisão terá que desembolsar R$ 100 mil.

A confusão envolveu o advogado Munir Jorge, de 56 anos. Conforme o auto de prisão em flagrante, por volta das 23h30, Jonas e o filho de dez anos soltavam fogos de artifício na Afonso Pena, em frente ao prédio, para comemorar a virada do ano novo. Com um cachorro em casa, Munir ficou incomodado pelo barulho, desceu do apartamento e foi tirar satisfação com o vizinho.

Durante a confusão ainda na portaria, Jonas ameaçou queimar a vítima com uma espécie de laser. Munir, então, agrediu o vizinho com um soco, na frente do filho de Jonas e subiu pelo elevador. Segundo Munir, quando chegou lá em cima, a esposa do piloto o aguardava com um taco de beisebol de metal e ameaçou "arrebentar a cabeça" dele se o advogado tocasse no marido dela.

Munir diz que entrou em casa, "pensando que tudo havia acabado", mas na sequência, o interfone tocou e era o vizinho dizendo: “Desce aqui, que eu vou te matar. Se você não descer, eu vou buscar um presidiário para te matar”.

Como Munir não desceu, Jonas subiu arrebentou o quadro de energia, arrombou a porta da cozinha do apartamento de Munir, invadiu o imóvel e danificou vários objetos usando um extintor de incêndio. Sem comunicação pelo interfone, Munir pediu socorro aos vizinhos pelo grupo de WhatsApp.

(1ª imagem) Extintor usado pelo autor para destruir cozinha do apartamento da vítima. (2ª imagem) Carro que foi danificado em garagem.
(1ª imagem) Extintor usado pelo autor para destruir cozinha do apartamento da vítima. (2ª imagem) Carro que foi danificado em garagem.

Segundo o Boletim de Ocorrência, Jonas ainda foi até a garagem e danificou a motocicleta Harley Davidson e o veículo Mercedes Bens da vítima, que teve retrovisores quebrados e a lataria riscada de ponta a ponta. Muitos cacos de vidros ficaram espalhados pelo local. 

Após os estragos, o autor tentou fugir, porém foi abordado e preso por uma equipe da Polícia Militar. Na delegacia, Jonas foi indiciado por ameaça, dano qualificado (se o crime é cometido com violência contra a pessoa ou grave ameaça e violação de domicílio, se é cometido à noite, com o emprego de violência ou arma).

À polícia, a mulher de Jonas contou que o marido ficou descontrolado depois que o vizinho agrediu o seu filho de dez anos e o jogou contra um vaso de planta. Ela também afirmou que foi ameaçada de agressão por Munir, que estava descontrolado.

Em audiência de custódia realizada nesta manhã, o advogado Jaques Fortes de Andrade, representante do piloto, argumentou que não havia requisitos previstos na lei, como a garantia da ordem pública, para manter o cliente preso. O juiz Luiz Felipe Medeiros Vieira concordou em libertar Jonas, mas impôs fiança de R$ 100 mil. Não há informação se o valor já foi pago.

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