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Capital

Após pedido da Agepen, líderes de facções são transferidos de MS

Um mês depois de pedido formal, ao menos sete detentos da Máxima, na Capital, e Dourados foram movidos nesta manhã para unidades federais; MS ainda tem 11 indicados para remoção

Rafael Ribeiro | 20/02/2017 12:22
Avião com presos selecionados decola no Aeroporto de Campo Grande nesta manhã: destino sigiloso (Foto: Alcides Neto)
Avião com presos selecionados decola no Aeroporto de Campo Grande nesta manhã: destino sigiloso (Foto: Alcides Neto)

Quinze detentos apontados como lideranças das facções criminosas que agem em Mato Grosso do Sul foram transferidos para presídios federais de segurança máxima na manhã desta segunda-feira (20). Os presos serão encaminhados para o presídio federal de Porto Velho, no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).

A remoção de nomes de destaque do PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho acontece mais de um mês depois do pedido formal feito pelo Governo do Estado. A transferência foi feita por agentes federais de execução penal, em um avião da Polícia Federal.

No dia 10 de janeiro, o Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou a transferência dos sete detentos, em uma lista formulada com 22 nomes ao todo. Quatro deles foram vetados pela Justiça na ocasião, enquanto outros 11 seguiriam em análise.


Ainda na ocasião, o então diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual da Administração Penitenciária), o ex-juiz Aílton Stropa Garcia, que deixou o cargo no início deste mês, ressaltou que as transferências de presos acontecem desde 2014. “Muitas vezes pedidos negados anteriormente, são refeitos e novamente encaminhados”, explicou.

É a segunda vez que a Depen (Departamento Penitenciário) 
realiza a transferência de detentos das instituições penais estaduais para unidades federais neste ano. A ação foi facilitada pelo então ministro Alexandre de Morais, postulante a uma vaga no Supremo Tribunal Federal, como parte das medidas para inibir a guerra de facções nos presídios do Brasil que já deixou 130 mortos só em 2017. Mato Grosso do Sul teve quatro vítimas fatais em suas celas no período.

Questionadas sobre o assunto, a Agepen e a Sejusp (Secretaria Estadual da Justiça e Segurança Pública) não quiseram responder o Campo Grande News “por questões de segurança.” 

Mas, a reportagem apurou que os chefes do crime organizado que partiram no ‘bonde’ (apelido dado por presidiários para suas transferências) desta manhã saíram do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande e a Penitenciária Estadual de Dourados.

Dois deles são líderes de uma quadrilha do chamado “Novo Cangaço”, forma de crime em que um bando rouba e explode caixas eletrônicos, destruindo tudo na fuga, e seriam ligados ao PCC.
Pelo posto de liderança da facção no Estado, um deles seria o “disciplina do Partido” da Máxima. Condenado a 32 anos de prisão, era responsável por julgar e ordenar assassinatos de desafetos mesmo encarcerado.

-Matéria editada às 14h20, para correção de informações

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