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Capital

Após prisão, comerciantes relatam furtos frequentes de tampas de bueiros

Para evitar acidentes, quem trabalha na região resolveu "marcar" as aberturas nas calçadas

Geisy Garnes e Bruna Marques | 07/06/2021 13:10
Bueiro aberto na Rua Barão do Rio Branco foi "isolado" por comerciantes (Foto: Henrique Kawaminami)
Bueiro aberto na Rua Barão do Rio Branco foi "isolado" por comerciantes (Foto: Henrique Kawaminami)

A prisão de um rapaz de 21 anos após o furto de uma grade de bueiro da Praça Aquidauana revelou um problema que vivenciado diariamente por comerciantes do Centro de Campo Grande. Tampas de ferro da rede de esgoto na Rua Barão do Rio Branco são levadas frequentemente e usadas como moeda de troca por usuários de drogas na região.

Denúncias chegaram ao Campo Grande News após a prisão de Maxwel Bras Serem, realizada neste domingo (6) pela Guarda Civil Metropolitana. Nesta manhã, a equipe de reportagem foi ao local. No cruzamento entre a Barão do Rio Branco e a Avenida Ernesto Geisel pelo menos três bueiros estão abertos. Para evitar acidentes, comerciantes "marcaram" as aberturas nas calçadas.

O motivo, contam, são os furtos cometidos por usuários de drogas que vivem no Centro da cidade. “A turma está roubando as tampas do bueiro. Esse povo fica aqui na rua fazendo baderna, essa região virou uma cracolândia. Eles vêm perturbar e não conseguimos trabalhar em paz”, reclamou a dona de um dos estabelecimentos da região, de 68 anos.

Por medo, ela pediu para não se identificar. Ela trabalha na Barão do Rio Branco há mais de dois anos e já foi vítima de roubo. “Levaram meu celular, me deram um mata-leão, me agrediram, isso faz mais de dois anos e ainda tenho sequelas. E desde então nada mudou. Sem essas tampas acontecem acidentes, é muito perigoso. A polícia tem que pegar quem rouba e quem compra, porque se roubam é por ter comprador”, revelou.

Pelo menos três bueiros estão sem tampa no cruzamento entre a Barão do Rio Branco e a Ernesto Geisel (Foto: Henrique Kawaminami)
Pelo menos três bueiros estão sem tampa no cruzamento entre a Barão do Rio Branco e a Ernesto Geisel (Foto: Henrique Kawaminami)

Cansada da rotina de roubos, a comerciante pede por mais atenção dos órgãos públicos e da polícia no combate ao tráfico de drogas no Centro da Capital. “A cracolândia está grande aqui. Acho que o prefeito e assistência social precisam que tomar uma atitude”.

Há um mês Fátima Câmara, de 63 anos, escolheu um prédio no cruzamento entre Ernesto Geisel e Barão para abrir seu brecho. “Logo que eu vim para cá as tampas já sumiram. A reclamação nossa é esse pessoal de rua, que toda hora entraram aqui para pedir as coisas, eu dou para não ter problema depois. É um horror isso aqui, um sentimento de insegurança. Esses bueiros sem tampa são um perigo, se passa uma pessoa distraída no celular, se quebra toda”, reforçou.

A comerciante lembrou que dias atrás um motorista caiu com a carro dentro de um dos bueiros aberto. Outro deles fica na frente da loja de Fátima. Para resolver o problema, conversou com o dono do prédio alugado por ela. Por conta própria, o proprietário comprou uma tampa nova e instalou. Para evitar um novo furto, ele soldou o ferro a base. “Acho que deveria ter mais segurança, para resolver o problema, ficamos inseguros. Eu acho que o poder público tinha que fechar de uma forma que não conseguiria levar”.

Segundo os comerciantes, a situação já foi denunciada a prefeitura, mas até o momento os bueiros continuam sem tampas. A reportagem procurou a  SISEP (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) e foi informada que a reposição já está na programação da secretaria e deve acontecer assim que novas tampas forem adquiridas, processo que já está em andamento e deve acontecer ainda nesta semana.

Uma das tampas foi instalada e soldada pelos próprios comerciantes (Foto: Henrique Kawaminami)
Uma das tampas foi instalada e soldada pelos próprios comerciantes (Foto: Henrique Kawaminami)


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