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Capital

Após protesto, moradores da favela Cidade de Deus se reúnem com prefeito

Aliny Mary Dias | 19/08/2013 11:11
Prefeito se reuniu com moradores durante 1 hora (Foto: Marcos Ermínio)
Prefeito se reuniu com moradores durante 1 hora (Foto: Marcos Ermínio)

Durou cerca de 1 hora a reunião entre os moradores da Cidade de Deus que protestaram em frente à Prefeitura na manhã desta segunda-feira (19) e o prefeito Alcides Bernal (PP). Cerca de 60 pessoas pediram agilidade na liberação de casas da Emha (Agência Municipal de Habitação) e querem ser “olhados” pelo prefeito.

A gota d’água que incentivou a ida dos manifestantes da região do bairro Dom Antônio até a avenida Afonso Pena foi um incêndio ocorrido no último sábado e que destruiu um barraco. Motivados pela jovem Deise Campos Barbosa, de 21 anos, os moradores fizeram uma vaquinha, alugaram um ônibus e foram até o Paço Municipal.

Munidos de cartazes e aos gritos, os manifestantes foram surpreendidos pela atitude do prefeito em recebê-los no gabinete, apesar de um reforço da Guarda Municipal ter sido acionado para impedir a entrada dos moradores no prédio.
Antes de ser recebidos por Bernal, todos manifestantes que levaram documentos fizeram um cadastro de rotina na entrada do prédio e participaram da reunião.

Entre as reivindicações dos moradores, o pedido de agilidade da Emha foi unanimidade entre eles. Muitos com cadastros feitos há 6, 10 e até 12 anos, se dizem até desacreditados com a demora. “Eu fiz o cadastro há 10 anos e acho que nem vou receber mais a casa, já perdi a esperança”, disse a dona de casa Maria de Deus, de 54 anos.

Outra reclamação dos manifestantes é com relação a uma pessoa conhecida como Vera Lúcia e que se diz líder da Cidade de Deus. A mulher teria cobrado cerca de R$ 50 de cada morador para a contratação de um advogado que facilitaria as aquisição das casas, porém, segundo o prefeito, a situação é ilegal.

Cerca de 60 moradores alugaram ônibus e foram até o prédio da Prefeitura (Foto: Marcos Ermínio)
Cerca de 60 moradores alugaram ônibus e foram até o prédio da Prefeitura (Foto: Marcos Ermínio)

“Essas pessoas não têm condição nem de ter uma casa imagina pagar um advogado. Tem gente se aproveitando dos menos favorecidos em benefício próprio”, afirma Bernal.

Após ouvir as reclamações dos moradores, uma equipe da ouvidoria da Prefeitura cadastrou cada manifestante que terá o cadastro da Emha avaliado. “Nós vamos mandar a equipe da Secretaria de Assistência Social nos barracos ainda essa semana e vamos ver o que está acontecendo na Emha”, disse o prefeito diante das denúncias de que moradores que possuem outras casas estariam recebendo as residências da Prefeitura e vendendo para outras pessoas.

Para os moradores, ficou o sentimento de vitória após a reunião. "Muitos não vieram por medo de perder os barracos, mas nós acreditamos e agora esperamos que o prefeito tome uma atitude e nos ajude. Estamos passando muitas dificuldades e precisamos que alguém olhe por nós", conta a jovem Deise de Campos.

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