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Capital

Após tensão, clima é de tranquilidade entre internos da Máxima na Capital

Antonio Marques | 07/05/2016 18:24
Clima tranquilo no Presídio de Segurança Máxima na saída das visitas esta tarde (Foto: Fernando Antunes)
Clima tranquilo no Presídio de Segurança Máxima na saída das visitas esta tarde (Foto: Fernando Antunes)

Um dia após a suspensão da greve dos Agentes Penitenciários e à véspera do Dia das Mães, o clima é de tranquilidade dentro do presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, segundo mulheres e mães dos internos e o presidente do Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul), André Santiago.

A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul) reforçou o quadro de servidores nas unidades penais do Estado neste final de semana, com os agentes que atuam no setor administrativo.

Mulheres e mães que fizeram visitas hoje disseram que os internos estão tranquilos e que não pensam em rebelião, mas reclamam do fim das regalias que eram concedidas até recentemente. “São os agentes que estão provocando, mas os presos estão mantendo a calma”, contou das mulheres ao deixar o presídio.

O presidente do sindicato discorda que os agentes estejam fazendo provocação. Ele explica que após o episódio do envenenamento de cinco colegas, os próprios servidores decidiram cortar as regalias dos internos, como a entrada de cigarro do Paraguai, alimentos in natura e a entrega de pertences, que muito recebiam toda a semana.

Conforme André Santiago, os agentes passaram exigir a padronização de rotinas nas unidades penais. Como consequência, houve alteração no horário de banho de sol para garantir melhor segurança dos servidores. Antes era permitido até dois mil presos livres ao mesmo tempo dentro do estabelecimento, mas para garantir maior segurança, agora são liberados por pavilhão e isso reduziu para três horas o período do banho de sol, “ainda acima das duas horas determinadas por lei”, observa o sindicalista.

Algumas visitantes criticaram o fato de não poderem levar mais alimentos in natura, como arroz e óleo. Para Santiago, se o Estado garante a alimentação do interno, não há razão para entrar esse tipo de produto. “Como o preso vai cozinhar na cela”, questionou, reconhecendo que era permitido.

Outra reclamação das visitas foi em relação a entrada dos pertences dos presidiários, que também foi cortada no meio de semana. O presidente do Sinsep comentou que havia interno que recebia toda semana o mesmo pertence, que são produtos de higiene pessoal, cobertor, roupa e medicamentos. “Muitos recebiam tais produtos para fazer a comercialização dentro do estabalecimento, o que não é permitido”, ressaltou.

Para Santiago, os pertences são levados para os internos novatos que estão em inserção no sistema. Esses têm até dez dias para se adequar e receber produtos levados por familiares. Ele lembra que é permitido levar cobertor e alguma roupa para o interno, mas não constantemente.

Greve – Em relação a greve dos agentes, Santiago explicou que a paralisação foi suspensa por conta de uma liminar judicial, que o sindicato já teria recorrido. Segundo ele, novas manifestações podem acontecer e o movimento grevista pode ser retomada.

André Santiago informou que a categoria aprovou a negociação salarial, mesmo não sendo do agrado da maioria. Aceitaram 5,5% mais um abono de R$ 170,00, o que eleva o valor do salário base de R$ 2.940,00 para R$ 3.100,00. Para quem recebe o vencimento base, o reajuste significou 11,22%. Já para quem ganha mais, o índice representa 7,9% de reposição no vencimento.

No entanto, Santiago diz que o governo não apresentou nada sobre a segurança do agente, o que é fundamental para a categoria. Dentre eles, os servidores não aceitam mais que a alimentação seja feita pelos internos. Ele lembra que já recebeu denúncias sobre levantamento de dados cadastrais de servidores e policiais militares feito pelos internos, com objetivo de assassiná-los.

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