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Capital

Após tentativas de provar insanidade de feminicida, defesa quer anular júri

Advogados pontuam que a condenação está acima do que a lei determina

Por Ana Beatriz Rodrigues | 30/07/2024 17:44
Messias nos bancos dos réus com a banca de defesa ao fundo (Foto: Marcos Maluf)
Messias nos bancos dos réus com a banca de defesa ao fundo (Foto: Marcos Maluf)

Três meses depois da condenação de Messias Cordeiro da Silva, condenado há 45 anos por matar a ex-namorada Karolina Silva Pereira, de 22 anos, e o amigo da moça Luan Roberto de Oliveira, aos 24 anos, a defesa do réu foi ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul para tentar anular a sentença aplicada durante júri popular.

Os advogado Caio César Pereira de Moura Kai, Keily da Silva Ferreira e Antony Douglas da Silva Martines alegam que jurados foram constrangidos quando a defesa quis apresentar a tese de que o réu não estava mentalmente bem no momento do crime.

Moura Kai, que está no caso desde a prisão em flagrante de Messias, explicou ao Campo Grande News que a defesa pontua na apelação que a condenação está acima do que a lei determina.

Como o processo que tramita em segredo de justiça, a banca defensiva quer que o réu condenado por homicídio qualificado e feminicídio seja submetido a exames psicológicos para ficar claro e comprovado Messias não estava em sã consciência quando cometeu o crime.

Outra questão levantada pela defesa é sobre a indenização imposta, no valor de R$ 15 mil. O pedido é para que seja reduzido, já que o réu é uma pessoa hipossuficiente economicamente, ou seja, não consegue pagar o valor aplicado.

Até o momento a petição de deferimento não foi analisada pelo relator da 2° Câmara Criminal.

O caso – Karolina foi baleada na cabeça pelo ex-namorado, na madrugada do dia 30 de abril, um domingo, na porta da casa dela, no Jardim Colibri, em Campo Grande. Luan, que estava com a moça, morreu no local.

As duas vítimas eram colegas de trabalho – ele era motoentregador de uma pizzaria, localizada no Bairro Guanandi, onde ela havia sido contratada uma semana antes do crime. O rapaz se ofereceu para levar a moça até a casa dela, por ser perigoso que ela voltasse sozinha de madrugada.

Luan foi atingido no tórax, socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas não resistiu. Karolina foi ferida por dois tiros, um deles quando estava de costas, correndo do assassino. Ela foi atingida no crânio, chegou a ser intubada na viatura de socorro e levada à Santa Casa em estado grave, onde morreu dois dias depois.

Confissão – Messias se entregou à polícia e confessou o crime no mesmo dia. Ele confirmou em juízo a versão dada à polícia: que estava à espreita, nas proximidades da casa da ex, quando a viu chegar junto com Luan, sentiu raiva incontrolável, por isso foi até os dois e atirou.

O rapaz revelou ainda que três dias antes já havia ficado de tocaia em frente à residência e viu Karolina beijando Luan. “Naquele momento, eu senti muito ódio, senti muita raiva, e partir daquele momento eu não consegui dormir mais do que 4 horas por dia, às vezes, nem isso. Fiquei atormentado com isso”, afirmou em depoimento gravado.

Após atirar em Karolina e Luan, o assassino ligou para a mãe da menina. Foi quando admitiu ser o autor do crime pela primeira vez e mandou mensagens de áudio. “Queria saber como ela tá? (sic)”. Em seguida, afirma para a mulher que atirou na filha dela.

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