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Capital

“Espero que ele pegue pena máxima”, diz mãe de jovem assassinado com a amiga

Messias Cordeiro da Silva é acusado de matar a ex-namorada Karolina Silva Pereira e o amigo dela Luan Roberto

Por Bruna Marques e Ana Beatriz Rodrigues | 24/04/2024 08:48
Ednamar Braga mãe do jovem assassinado Luan Roberto de Oliveira (Foto: Marcos Maluf)
Ednamar Braga mãe do jovem assassinado Luan Roberto de Oliveira (Foto: Marcos Maluf)

Emocionada e aguardando começar o julgamento do assassino do filho, Ednamar Braga de Oliveira, mãe de Luan Roberto de Oliveira, 24 anos, morto com a amiga Karolina Silva Pereira, 22, pelo ex-namorado da jovem em abril de 2023, pede que Messias Cordeiro da Silva seja condenado com pena máxima. “Espero que a justiça do homem seja feita e ele pegue uma pena máxima".

Enquanto aguardavam a sessão começar, na manhã desta quarta-feira (24), Ednamar e Patrícia Silvia Leite, mãe de Karolina, foram acolhidas e apoiadas por cerca de 15 mulheres que fazem parte do grupo “Marcha Mundial das Mulheres”, em frente ao Tribunal do Júri. A vereadora Luiza Ribeiro (PT) também esteve presente na mobilização.

Janayne Pereira, membro da organização da "Marchar Mundial das Mulheres", afirmou que o grupo foi ao local pedir condenação rigorosa a Messias. “Karolina foi vítima desse feminicídio e nós viemos aqui pedir uma rigorosa condenação para esse crime bárbaro. E também dar apoio às famílias, porque essa dor do feminicídio ninguém consegue confortar. Além do caso da Karol, mas pelas outras mulheres, das outras famílias que foram vítimas do feminicídio. Nós estamos aqui mostrando que nós estamos para apoiar, para lutar por essas famílias também”, disse.

Cartaz com foto de Luan Roberto (Foto: Marcos Maluf)
Cartaz com foto de Luan Roberto (Foto: Marcos Maluf)

Sem conseguir conversar muito com a reportagem, devido a seu estado de emoção, a mãe de Luan acredita que a justiça será feita. "Eu creio na justiça divina, na justiça de Deus, primeiramente, porque essa não falha, ninguém escapa. Eles não tiveram nem chance de defesa e isso me dói muito. Que Deus tem a misericórdia da vida dele, porque é só Deus nesse caso", expôs Ednamar.

Ednamar e Patrícia foram arroladas pelo Mistério Público como testemunhas. As duas serão ouvidas na qualidade de declarante, por serem mães das vítimas.

A sessão está sendo presidida pelo juiz Aluísio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri. A defesa do réu está a cargo dos advogados Caio César Pereira de Moura Kai, Keily da Silva Ferreira e Antony Douglas da Silva Martines. Atuarão na acusação o promotor de justiça Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, o assistente Osni Moreira de Souza e Roberto Carlos da Silva.

A banca de jurados foi composta por cinco homens e duas mulheres. A defesa do réu dispensou três mulheres e aceitou apenas uma.

Mulheres do grupo "Marcha Mundial das Mulheres" segurando cartaz (Foto: Marcos Maluf)
Mulheres do grupo "Marcha Mundial das Mulheres" segurando cartaz (Foto: Marcos Maluf)

O crime - Karolina foi baleada na cabeça pelo ex-namorado, na madrugada do dia 30 de abril, um domingo, na porta da casa dela, no Jardim Colibri, em Campo Grande. Luan, que estava com a moça, morreu no local.

As duas vítimas eram colegas de trabalho, ele como motoentregador de uma pizzaria, localizada no Bairro Guanandi, onde ela havia sido contratada uma semana antes do crime. O rapaz se ofereceu para levar a moça até a casa dela, por ser perigoso que ela voltasse sozinha de madrugada.

Luan foi atingido no tórax, socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas não resistiu e morreu no local. Karolina foi ferida por dois tiros, um deles quando estava de costas, correndo do assassino. Ela foi atingida no crânio, chegou a ser intubada na viatura de socorro e levada à Santa Casa em estado grave, onde morreu dois dias depois.

Messias Cordeiro da Silva acusado de matar a ex-namorada Karolina e o amigo dela, Luan Roberto (Foto: Marcos Maluf)
Messias Cordeiro da Silva acusado de matar a ex-namorada Karolina e o amigo dela, Luan Roberto (Foto: Marcos Maluf)

Confissão – Messias se entregou à polícia e confessou o crime no mesmo dia. Ele confirmou em juízo a versão dada à polícia: que estava à espreita, nas proximidades da casa da ex, quando a viu chegar junto com Luan, sentiu raiva incontrolável, por isso foi até os dois e atirou.

O rapaz revelou ainda que três dias antes já havia ficado de tocaia em frente à residência e viu Karolina beijando Luan. “Naquele momento, eu senti muito ódio, senti muita raiva, e partir daquele momento eu não consegui dormir mais do que 4 horas por dia, às vezes, nem isso. Fiquei atormentado com isso”, afirmou em depoimento gravado.

Karolina Silva Pereira, assassinada pelo ex-namorado (Foto: Reprodução/Redes sociais)
Karolina Silva Pereira, assassinada pelo ex-namorado (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Após atirar em Karolina e Luan, o assassino ligou para a mãe da menina. Foi quando admitiu ser o autor do crime pela primeira vez e mandou mensagens de áudio. “Queria saber como ela tá? (sic)”. Em seguida, afirma para a mulher que atirou na filha dela.

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