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Capital

Rapaz que matou ex-namorada comprou arma ilegalmente quando era militar

Além de matar a ex, Messias também assassinou jovem de 24 anos em frente a imóvel no Jardim Colibri

Dayene Paz | 03/05/2023 09:50
Arma utilizada no crime, apreendida pela polícia na propriedade do pai de Messias. (Foto: Divulgação)
Arma utilizada no crime, apreendida pela polícia na propriedade do pai de Messias. (Foto: Divulgação)

Messias Cordeiro da Silva, de 25 anos, que matou a tiros a ex-namorada Karolina Silva Pereira, 22 anos, e Luan Roberto de Oliveira Oliveira, 24, em Campo Grande, comprou a arma ilegalmente de um desconhecido. Messias se entregou à polícia e está preso preventivamente.

Na época em que comprou o armamento, Messias era militar do Exército Brasileiro. Ele guardava a arma em casa, mas não tem a posse. "Guardava no quarto dele, sem acesso dos pais", disse o advogado de defesa, Caio Moura Kai.

Ainda, segundo a defesa, Messias chegou a apresentar problemas psicológicos. "Pediu dispensa do Exército sem remuneração, pois estava com pensamentos suicidas e com medo de acabar com a própria vida", ponderou Caio.

Em conversa por telefone com a reportagem do Campo Grande News, Caio Kai lamentou o falecimento de Karolina, nesta terça-feira (2). Comentou que, por enquanto, não tomará qualquer medida. "Por respeito às famílias das vítimas", pontuou.

Também, afirma que ainda não pretende pedir a liberdade do cliente pelo risco de retaliação. Posteriormente, esse pedido deve ser feito. "É réu primário, tem bons antecedentes, ele mesmo se apresentou e a arma foi apreendida. Então, processualmente, está tudo em ordem, mas o melhor é que fique custodiado", disse Caio.

Karolina e Messias, vítima e autor de feminicídio (Fotos: Arquivo pessoal)
Karolina e Messias, vítima e autor de feminicídio (Fotos: Arquivo pessoal)

Entenda - O namoro entre Karolina e Messias teve fim há cerca de uma semana e meia antes do crime. Conforme a investigação, ele não aceitava o fim do namoro. Karolina, por sua vez, havia se formado em técnico de enfermagem e estava trabalhando em uma pizzaria, no Bairro Guanandi, onde conheceu Luan.

Luan já era conhecido no estabelecimento, onde estava há cerca de três anos. Querido por todos e preocupado, acompanhava Karolina em casa por algumas vezes, porque ela pedia, já que relatava medo do ex-namorado.

Assim que Luan a deixava na frente do imóvel, no Jardim Colibri, Messias abordava a ex e questionava sobre outros relacionamentos amorosos. Na madrugada do dia 30 de abril, foi armado e ficou de tocaia em frente à casa da ex-namorada.

Quando Karolina chegou, Messias alega que foi tomado por uma raiva incontrolável ao ver, segundo ele, um beijo entre Luan e ela. Então, efetuou os tiros. Luan morreu na hora, em frente à casa da jovem, sem chance de socorro. Karolina recebeu primeiros atendimentos dos próprios vizinhos, foi socorrida, mas teve morte encefálica constatada na tarde desta terça-feira (2).

Após o crime, Messias chegou a ligar para a mãe de Karolina, confessando. Também mandou mensagens de áudio. "Queria saber como ela tá? (sic)". Em seguida, afirma para a mulher que atirou na filha dela.

Antes mesmo de se entregar à polícia, na noite de domingo, a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) já havia pedido a prisão preventiva dele, que foi deferida pela Justiça. Messias responderá por homicídio qualificado pelo motivo fútil, emboscada e impossibilidade de defesa da vítima, no caso de Luan. Já de Karolina, responderá por feminicídio.

A arma, adquirida ilegalmente, foi localizada no dia do crime, escondida no chiqueiro da chácara do pai de Messias. O pai, por sua vez, guardava em casa uma espingarda modificada e foi preso em flagrante. Ele pagou fiança e já foi solto.

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