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Capital

Respeitador e prestativo, Luan é lembrado com carinho por colegas de pizzaria

Luan trabalhava há 3 anos no local e Karolina há 1 semana na mesma pizzaria; os 2 foram alvos do ex da jovem

Dayene Paz e Mariely Barros | 01/05/2023 10:03
Rosimara acompanhou despedida de Luan, na manhã desta segunda-feira. (Foto: Henrique Kawaminami)
Rosimara acompanhou despedida de Luan, na manhã desta segunda-feira. (Foto: Henrique Kawaminami)

Uma marca de Luan era a alegria, que contagiava a todos. Até no local de trabalho, na pizzaria que estava há cerca de três anos, não faltam elogios. "Muito educado, alegre, brincalhão, um crianção. De bem com a vida e disposto a ajudar", diz a proprietária do estabelecimento, Rosimara Ricaldes de Oliveira, 39 anos.

Luan Roberto de Oliveira, 24 anos, foi assassinado a tiros na madrugada de ontem (30), pelo ex-namorado da colega de trabalho, Karolina Silva Pereira, 22, que foi ferida e está internada em estado grave.

Os colegas da pizzaria acompanharam o velório e enterro, na manhã desta segunda-feira (1º). Rosimara conta que entres idas e vindas, Luan já estava há três anos na pizzaria. "Ele saía e voltava, porque a maioria dos entregadores trocam bastante de lugar, mas dessa vez ele estava há um ano entregando para a gente", conta.

Ainda, segundo ela, a maioria dos entregadores são autônomos e não gostam de se envolver com a equipe. Só entram para pegar o pedido e saem, mas Luan não. "Ele brincava com todo mundo".

Ela lembra que ele e Karolina ainda estavam se conhecendo. "No dia que tudo aconteceu, eu encontrei ele quando estava saindo e ainda brinquei dizendo 'menino, menino, você se comporta', porque vi nas câmeras que ele estava ajudando as meninas até a alimentar o freezer. Ele era assim, mas eu sempre falava que não precisava, para esperar as entregas. Era muito respeitador".

Já Karolina estava há cerca de uma semana na pizzaria. "Treinei ela e dominou tudo rápido no caixa. Eu elogiei muito, dedicada, muito ativa e comunicativa. No sábado, eu fui na pizzaria para ajudar porque a colega que fica com ela tinha faltado e eu estava preocupada de não dar conta do movimento porque era novata, mas ela dominou tudo sozinha", lembra.

Colegas da pizzaria onde Luan trabalhava. (Foto: Henrique Kawaminami)
Colegas da pizzaria onde Luan trabalhava. (Foto: Henrique Kawaminami)

Karolina chegou a relatar na pizzaria o medo do ex-namorado, segundo Rosimara. "Na noite anterior da morte dele, ela conversou com a chapeira lá da loja enquanto confraternizam no aniversário de nossa pizzaiola. Contou que ele (ex-namorado) fazia ameaças, mas que não tinha registrado nenhum boletim de ocorrência porque nunca tinha a agredido fisicamente".

Ainda, Karolina havia relatado que ficou muito tempo sem trabalhar porque tinha medo de sair e era perseguida por Messias Cordeiro. "Não queria que ela saísse para estudar, trabalhar, nem na formatura do técnico de enfermagem que ela acabou de terminar ele queria que ela fosse", comenta Rosimara. "Era uma pessoa muito dedicada. Quando conversamos, me falou que iria ficar um tempo na pizzaria, mas que ela tinha planos de ir trabalhar na área dela depois", completa.

A colega de Luan, a garçonete Brenda Freitas, 22 anos, ficou sabendo da morte dele por uma amiga. "Achei que teria sido um acidente grave, depois que fiquei sabendo do que aconteceu, foi difícil a ficha cair". Chorando bastante, afirma que espera por justiça. "Ele só estava na hora e lugar errado".

Brenda lembra que ficou amiga de Luan em uma semana. "Ele era uma pessoa maravilhosa, sorridente e disposto a ajudar todo mundo. Mesmo depois que ele foi para o Leblon, continuamos amigos. A menina [Karolina] eu acabei não conhecendo, justamente porque trabalhávamos em unidades distintas".

A operadora de caixa Kamila Mathias, 21 anos, afirma que conhecia Luan há dois meses, assim que começou a trabalhar na pizzaria. "Ele era muito alegre, sempre chegava brincando com todo mundo. Não sei se vamos abrir hoje, mas vai ser muito difícil voltar para lá, lembrar dele. Onde chegava fazia uma brincadeira e se preocupava com a gente. Nunca soube falar um não, muito prestativo", comenta.

Kamila acompanhou despedida do colega Luan. (Foto: Henrique Kawaminami)
Kamila acompanhou despedida do colega Luan. (Foto: Henrique Kawaminami)

Sobre Karolina, Kamila conta que a conhecia desde a infância. "Hoje faz uma semana que ela estava trabalhando com a gente, mas eu a conhecia porque estudamos juntas e jogamos vôlei no ensino médio. Um amor de pessoa, sempre conversava com todo mundo", finaliza.

Entenda - Luan trabalhava em uma pizzaria no Bairro Guanandi e a colega Karolina, com medo, pediu para que a acompanhasse até em casa, no Jardim Colibri, ao fim do expediente, na madrugada de ontem. Quando chegaram em frente ao imóvel, por volta das 2h50, cada um em sua moto, foram surpreendidos pelo ex-namorado de Karolina, Messias Cordeiro, de 25 anos, que armado, efetuou vários tiros.

Luan morreu no local e Karolina foi socorrida, sendo que está em estado grave no hospital. Após o crime, o assassino fugiu correndo a pé e, em seguida, enviou mensagens à mãe de Karolina, confessando o crime. Messias se entregou à polícia na noite de ontem e permanece preso.

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