MP e mãe de jovem morta pelo ex querem 3 agravantes para aumentar pena de réu
Acusação quer julgamento de Messias Cordeiro da Silva, 25, por duplo homicídio triplamente qualificado
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e a mãe de Karolina Silva Pereira, de 22 anos, que foi morta na porta de casa pelo ex-namorado em abril, querem a condenação de Messias Cordeiro da Silva, 25, por duplo homicídio triplamente qualificado. A acusação pede que o réu confesso vá a júri popular pelos assassinatos da jovem e do rapaz que estava com ela, Luan Roberto de Oliveira Oliveira, 24, e que ainda sejam debatidos no julgamento três fatores que implicam no aumento da pena – motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.
Nas alegações finais, apresentadas no início deste mês, a promotora Luciana do Amaral Rabelo também pede que o réu confesso seja julgado por porte ilegal de arma de fogo. A assistência da acusação, contratada pela mãe de Karolina, ratifica todos os pedidos apresentados pelo MP.
Para a acusação, não há dúvida da autoria, até porque o réu confessou o crime e “é evidente que o ato de eliminar a vida de uma pessoa por conta de ciúmes, revela a torpeza que move o homicida”. Também é inegável, argumenta a promotoria que Messias emboscou as vítimas, deixando a ex e Luan Roberto sem chance de defesa.
O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, agora aguarda as alegações da defesa do réu para marcar o julgamento.
O crime - A jovem foi baleada na cabeça pelo ex-namorado, na madrugada do dia 30 de abril, um domingo, na porta da casa dela, no Jardim Colibri, em Campo Grande. Luan, que estava com a moça, morreu no local.
As duas vítimas eram colegas de trabalho, ele como motoentregador de uma pizzaria, localizada no Bairro Guanandi, onde ela havia sido contratada uma semana antes do crime. O rapaz se ofereceu para levar a moça até a casa dela, por ser perigoso que ela voltasse sozinha de madrugada.
Luan foi atingido no tórax, socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas não resistiu e morreu no local. Karolina foi ferida por dois tiros, um deles quando estava de costas, correndo do assassino. Ela foi atingida no crânio, chegou a ser intubada na viatura de socorro e levada à Santa Casa em estado grave, onde morreu dois dias depois.
Confissão – Messias se entregou à polícia e confessou o crime no mesmo dia. Ele confirmou em juízo a versão dada à polícia: que estava à espreita, nas proximidades da casa da ex, quando a viu chegar junto com Luan, sentiu raiva incontrolável, por isso foi até os dois e atirou.
O rapaz revelou ainda que três dias antes já havia ficado de tocaia em frente à residência e viu Karolina beijando Luan. “Naquele momento, eu senti muito ódio, senti muita raiva, e partir daquele momento eu não consegui dormir mais do que 4 horas por dia, às vezes, nem isso. Fiquei atormentado com isso”, afirmou em depoimento gravado.
Após atirar em Karolina e Luan, o assassino ligou para a mãe da menina. Foi quando admitiu ser o autor do crime pela primeira vez e mandou mensagens de áudio. “Queria saber como ela tá? (sic)”. Em seguida, afirma para a mulher que atirou na filha dela.
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