Após 2 dias, jovem baleada por ex-namorado morre
Ela chegava em casa com um colega de trabalho, quando foram feridos a tiros; o rapaz morreu no local
Morreu, nesta terça-feira (2) a jovem Karolina Silva Pereira, de 22 anos. Ela foi baleada pelo ex-namorado, Messias Cordeiro da Silva, 25, na madrugada deste domingo (30), no Jardim Colibri, em Campo Grande. Na ocasião, Luan Roberto de Oliveira Oliveira, 24, também foi atingido e morreu no local. Messias se entregou à polícia e confessou o crime ontem.
"Hoje foi feito o último exame do protocolo de morte encefálica e descobriram que não existe mais vida cerebral. Então, às 15h29, foi declarado o óbito da Karolina", confirmou o padrasto da jovem, muito emocionado. Oficialmente, o óbito foi registrado pela Santa Casa às 16h18, quando o coração dela parou.
Karolina foi ferida por dois tiros, um deles quando estava de costas, correndo do assassino. Ela foi atingida no crânio, chegou a ser intubada na viatura de socorro e levada à Santa Casa em estado grave. No mesmo dia, o hospital abriu procedimento de morte encefálica.
O protocolo contempla a execução de dois exames clínicos, um teste de apneia e um exame complementar comprobatório. Karolina não resistiu e o óbito foi constado dois dias após o crime.
Infelizmente. ela não poderá doar órgãos, por conta de diagnóstico positivo para Influenza.
Entenda - Luan Roberto e Karolina eram colegas de trabalho, ele como motoentregador de uma pizzaria, localizada no Bairro Guanandi, onde ela havia sido contratada há uma semana. Era a quinta vez que Luan acompanhava Karolina do trabalho até em casa, porque ela já relatava medo de ir sozinha. Eles saíram da pizzaria e em frente a casa dela, no Jardim Colibri, foram surpreendidos por Messias.
Luan foi atingido no tórax, socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas não resistiu e morreu no local. O sepultamento dele ocorreu na manhã desta segunda-feira.
Frieza - Após atirar em Karolina e Luan, o assassino ligou para a mãe da menina, confessando o crime, e mandou mensagens de áudio. "Queria saber como ela tá? (sic)". Em seguida, afirma para a mulher que atirou na filha dela. (ouça abaixo)
Fuga - Na sequência dos disparos, Messias correu até a motocicleta que havia deixado na esquina e, segundo o interrogatório, tentou tirar a própria vida. "Desferindo duas vezes com a sua arma, mas não conseguiu. Então, ele ligou para a mãe, que pediu que voltasse para casa e lá conversou com outros familiares", contou a delegada titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Elaine Benicasa.
Segundo a responsável pelo caso, a delegada Analu Ferraz, ao chegar na casa, a mãe de Messias acionou o pai do rapaz. "Ligou dizendo que tinha feito uma 'cagada', matado a menina e estava precisando de apoio. Nesse momento, o Messias saiu da casa da mãe andando pela BR escondido, até a chácara do pai, que é perto. Quando viu o carro do pai, ele sai do mato e entra no carro", revela.
Lá, o pai escondeu Messias no matagal, porque a polícia já tinha ido até o endereço, e encobriu também a arma do crime, que foi posteriormente localizada no chiqueiro da propriedade. "Já havíamos feito vários pedidos, como a geolocalização do celular do Messias para localizá-lo. Também ouvimos a mãe, se prontificou a nos ajudar, mas vimos que ela estava entrando em contradição", conta.
Analu e as equipes passaram a ouvir outros familiares e foram novamente à casa do pai. "Percebemos que estava dando apoio na fuga e como viu o cerco fechando, pediu apoio para a irmã, tia do Messias", diz. Messias, então, se escondeu na casa da tia com ajuda de um primo. "Os familiares, mesmo sabendo do que ele fez, conseguiram escondê-lo", pondera a delegada, que também afirma não acreditar que Messias tinha a intenção de se matar, como afirmou no áudio.
Prisão - Como viu o cerco fechando, Messias e o primo procuraram um advogado e ele se entregou na Deam, por volta das 20h30 deste domingo. À polícia, ele contou que foi tomado por uma "raiva incontrolável" ao ver Karolina beijando Luan.
Messias será indiciado por homicídio qualificado pelo motivo fútil, emboscada e pela impossibilidade de defesa da vítima, no caso de Luan Roberto. Já de Karolina, responderá por feminicídio.
Os familiares podem responder por ter ajudado a escondê-lo. O pai por favorecimento pessoal, pois escondeu a arma do crime. Já primo e tia por favorecimento real.