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Capital

Aposentado aponta erro "evidente" como causa de inundações na Rachid Neder

Diferença é de 8 metros onde começa canalização do Córrego Segredo e alagamentos são frequentes

Por Caroline Maldonado | 08/01/2024 18:03
Córrego na Avenida Prefeito Heráclito Diniz, próximo ao cruzamento com a Rua Ovídeo Serra, onde largura é de cerca de 5,5 metros. (Foto: Juliano Almeida)
Córrego na Avenida Prefeito Heráclito Diniz, próximo ao cruzamento com a Rua Ovídeo Serra, onde largura é de cerca de 5,5 metros. (Foto: Juliano Almeida)

Quando chove por horas na região norte de Campo Grande é comum o Córrego Segredo transbordar e gerar transtornos no cruzamento das avenidas Prefeito Heráclito Diniz de Figueiredo com Rachid Neder e entorno no Bairro São Francisco. O problema é que nesta região, a vazão do córrego tem cerca de 5,5 metros de largura, enquanto o curso natural do córrego mais acima, no cruzamento com a Rua Ovídeo Serra, ocupa vazão com largura de 13,5 metros. A diferença é de 8 metros.

Na última quinta-feira (4), a rotatória desapareceu depois que o córrego transbordou e invadiu a avenida. As inundações são frequentes quando chove forte.

Mais à frente, no sentido Centro, onde os transbordamentos não são tão comuns, a vazão é maior, alcançando aproximadamente 7,5 metros, no cruzamento da Avenida Ernesto Geisel com a Rua Jequitibá, no Bairro Cabreúva.

Córrego em trecho não canalizado à margem da avenida Prefeito Heráclito Diniz de Figueiredo, no Bairro São Francisco, tem largura de aproximadamente 7,5 metros (Foto: Juliano Almeida)
Córrego em trecho não canalizado à margem da avenida Prefeito Heráclito Diniz de Figueiredo, no Bairro São Francisco, tem largura de aproximadamente 7,5 metros (Foto: Juliano Almeida)

Neste ponto, entulho de concreto e ferro também atrapalham o fluxo das águas. Uma placa com mais de dois metros quadrados permanece no meio do córrego, represando galhos de árvores e lixo, como sacolas plásticas.

No Bairro Amambai, próximo ao cruzamento com a Avenida Fernando Corrêa da Costa, a vazão é bem maior. Por ali, ocorre a confluência com o Córrego Prosa, que vem lá do Parque Estadual do Prosa, no Bairro Parque dos Poderes, região dos altos da Afonso Pena.

O fato do estreitamento da vazão no ponto em que o córrego começa a ser canalizado chamou atenção do aposentado Jaime Luiz Albino, de 68 anos. O morador do Bairro Amambai enviou a sugestão de pauta pelo canal Direto das Ruas e questiona o motivo que levou a obra a ignorar a necessidade de uma vazão maior.

Córrego no cruzamento da Avenida Ernesto Geisel com a Rua Jequitibá, no Bairro Cabreúva, onde largura é maior do que no ponto inicial da canalização (Foto: Juliano Almeida)
Córrego no cruzamento da Avenida Ernesto Geisel com a Rua Jequitibá, no Bairro Cabreúva, onde largura é maior do que no ponto inicial da canalização (Foto: Juliano Almeida)

“Ninguém fala o porquê o córrego transborda somente ali. Eles [gestores da prefeitura] pensam que é ‘culpa de São Pedro’. Não olham para o futuro. Na época, eles não perceberam que não ia suportar”, comenta Jaime, que mora no Bairro Amambai, mas passa frequentemente pelo trecho que costuma alagar com as chuvas de verão.

A reportagem questionou a Prefeitura de Campo Grande se, tecnicamente, o estreitamento é o responsável pelos transbordamentos pontuais no trecho e se há projeto de obras para alargamento da vazão das águas. A assessoria encaminhou os questionamentos à Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), mas a pasta não respondeu até a publicação desta matéria.

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