Árvores não vingam e prefeitura terá de refazer paisagismo na 14 de Julho
Plantas secaram ao longo de alguns trechos da via
A promessa era de “explosão de cores” com o projeto de paisagismo implantado para revitalização da Rua 14 de Julho, no Centro de Campo Grande, porém, quase quatro meses depois da finalização do projeto, é possível ver que parte das árvores plantadas não vingou. Para tentar solucionar o problema, a Engepar, a empresa executora da obra, vai substituir as plantas que morreram.
O projeto de paisagismo incluiu o plantio de 180 exemplares de várias espécies, como ipê amarelo, árvore da China, aldrago, ipê branco, pau mulato, erva mate, pau ferro, jacarandá mimoso, lafontera da Amazônia, fruta de tucano, ipê roxo e grandiuva.
O problema foi notado por quem circula na rua, mas os motivos da morte das plantas ainda são mistério. Alguns acham que a manutenção não foi adequada. “Era feito ao meio-dia, naquele sol quente”, avaliou um taxista que preferiu não se identificar.
Outro taxista, Antônio Souza, 69 anos, notou que as árvores não vigaram, mas não acompanhou a rotina de manutenção, apesar de trabalhar na Avenida Afonso Pena, no cruzamento da Rua 14 de Julho. “Tenho esperança que ainda vai vingar e ficar bonito”.
A reportagem do Campo Grande News percorreu e verificou que os pontos mais críticos são próximo a Praça Ary Coelho, e entre as ruas Antônio Maria Coelho e Avenida Mato Grosso, onde cerca de 40 árvores estão completamente secas. Plantas entre a Avenida Fernando Correa da Costa e Rua 7 de Setembro; e entre a Rua Marechal Teodoro e Maracaju; também apresentaram problemas de adaptação.
Depiladora, Eliena dos Santos de Moraes, 42 anos, acredita que a falta de educação dos usuários pode ter prejudicado o desenvolvimento das árvores, pois jogam lixo e bituca de cigarros nos locai reservados às plantas. As que ficaram no vaso, segundo ela, de desenvolveram bem. “De qualquer forma, a obra ficou linda”, afirmou.
Dejair Garcia, 54 anos, também é um dos trabalhadores da Rua 14 de Julho e acredita que o problema está ligado a questão de adaptação das plantas ao Verão. “Quando chegar no período de Primavera, aí sim vai ficar bonito”, afirma.
Substituição – Conforme a prefeitura, como o projeto de paisagismo foi desenvolvido a partir de transplantes, com a planta já em desenvolvimento, havia o risco de “pegar” ou não, e algumas não brotaram como o esperado.
Nesta terça e quarta-feira, está sendo feita a retirada daquelas que não vingaram, cerca de 70. Na sequência, será feito o preparo das covas e, após, o plantio efetivo das novas árvores. Exemplares de todas as espécies serão substituídos. “É comum essa perda em decorrência do transplante, por isso fazemos todo o acompanhamento até constatar que a planta não vai mais vingar. Mas é importante a população saber que a troca das árvores não tem custo, já que está prevista em contrato”, afirma a consultora socioambiental do Reviva, Juliana Casadei.
O lote com as árvores veio do interior do Estado e do Paraná. Após o plantio, a adaptação será acompanhada por pelo menos 40 dias.
Para a substituição não será necessário interditar o trânsito, informou a Engepar. A primeira intervenção começa às 19 horas desta terça-feira (10) entre as ruas Antônio Maria Coelho e Avenida Mato Grosso.
A revitalização da Rua 14 de Julho é a primeira etapa do projeto Reviva Centro. Do total de US$ 56 milhões (cerca de R$ 200 milhões) emprestados do BID (Banco Interamericano do Desenvolvimento) para execução das obras, R$ 49,2 milhões serão aplicados nesta etapa.
Manutenção - Os cuidados com as árvores estão sendo feitos pela equipe de paisagismo da Engepar conforme a necessidade. Independentemente disso, a Prefeitura lançou uma campanha de conscientização ambiental, com a disposição de murais ao longo da Rua 14 de Julho, que chamam a atenção da população para a limpeza dos canteiros e preservação das árvores.
O paisagismo da Rua 14 de Julho foi amplamente estudado para se tornar real. O projeto é da arquiteta Maria Teresa Corrêa que buscou exemplares regionais como o ipê.