Assassino de policiais carregava arma em pochete e foi "convidado" a depor
Segundo o chefe da Polícia Civil em MS, policiais não revistaram Ozeias de Moraes, de 45 anos, porque ele era “ficha limpa”
Ozeias Silveira de Moraes, de 45 anos, que matou os policiais Antônio Marcos Roque da Silva, 39 anos, e Jorge Silva dos Santos, 50 anos, com tiros da nuca, tinha revólver calibre 38 registrado no nome dele porque era vigilante, conforme apuração do Campo Grande News. A arma estava em uma pochete e ele não foi revistado pelos investigadores antes de ser colocado em viatura descaracteriza da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Marcelo Vargas.
Até ontem, a informação é de que Ozeias era suspeito de um roubo. No pedido de prisão preventiva contra o vigilante, feito depois do duplo assassinato, na madrugada desta terça-feira (10), a polícia cita investigação de assalto milionário a joalheria. Nesta manhã, contudo, o chefe da Polícia Civil em Mato Grosso do Sul disse que, na verdade, o homem era tratado como testemunha e tinha “ficha limpa”.
“Ele estava sendo levado como testemunha de um assalto, não tinha passagem, nem nada, é filho de policial militar, trabalhava como vigilante. Ele não era suspeito de nada, não tinha passagem pela polícia”, também afirmou o delegado-geral sobre o motivo dos policiais não terem revistado o homem.
Marcelo Vargas, durante coletiva de imprensa nesta manhã, disse que Ozeais foi "convidado" a depor e topou.
O delegado Thiago Macedo, do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros), completou dizendo que a rotina policial impõe tomada de decisões rápidas quando questionado sobre o motivo do homem não ter sido revistado e protocolos que devem ser seguidos em situações como essa. "A regra é fazer o nosso da trabalho da melhor forma para servir e proteger a população".
Mais detalhes - Segundo Marcelo Vargas, a Derf chegou primeiro até William Dias Duarte Cormelato. Como ele já tinha em aberto mandado de prisão por violência doméstica, foi algemado para ir à delegacia prestar esclarecimentos.
Ozeias, parente de Willian e apontado como um dos envolvidos no assalto, mas sem mandado de prisão, foi chamado para para depor na delegacia.
Os dois homens eram transportados em veículo Fiat Mobi, a viatura descaracterizada, quando tudo aconteceu. Os policiais foram mortos com tiros na nuca, quando o veículo parou no semáforo, na Rua Joaquim Murtinho com a Fernando Corrêa da Costa, no Bairro Itanhangá, região central de Campo Grande.
William testemunhou toda a situação e tentou fugir, mas foi recapturado, minutos depois, na mesma região. Ozeias rendeu dois motoristas durante a fuga, foi "caçado" durante a noite toda e acabou morto, segundo a polícia, em confronto no Bairro Santa Emília, no sudoeste da Capital.
Matéria alterada à 9h42 para acréscimo de informações.