Até 2020, ao menos 100 câmeras vão monitorar pontos críticos da cidade
Dezenas de novos equipamentos serão instalados em todas as regiões da cidade. Bairros mais violentos serão prioridade.
![Guarda municipal monitorava, nesta terça-feira (11), câmeras de vídeo instaladas na região central. (Foto: Marcos Ermínio)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2020/03/10/18ly0918yrbx2.jpg)
Investimento em tecnologia como estratégia para reforçar a segurança nas ruas. Essa é a aposta da Prefeitura de Campo Grande ao expandir o atual sistema de videomonitoramento para reduzir a criminalidade na região central e nos bairros mais violentos.
Dentro de 3 anos, o município passará a contar com cem novas câmeras de vídeo instaladas nas localidades mais frágeis à ação de bandidos. O projeto para aquisição das câmeras custará em média R$ 3 milhões e 850 mil, com recursos provenientes do Governo Federal e contrapartida de R$ 300 mil do município. A licitação deve ser aberta até o fim deste mês e o contrato assinado até a primeira quinzena de maio.
“A região central de Campo Grande, conhecida como área vermelha, o Jardim Noroeste, e a Cidade de Deus e entorno, como Los Ângeles e Dom Antônio Barbosa, são as mais perigosas e, portanto, as primeiras que deverão receber os novos sistemas”, informou o secretário municipal de Segurança Pública, Valério Azambuja, citando dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública.
Segundo o gestor, já teve início um estudo sobre cada uma das sete regiões da cidade para que haja planejamento estratégico e a implantação do sistema possa ocorrer de maneira mais efetiva. Depois do levantamento, serão definidos os pontos e a quantidade de equipamentos a serem instalados em cada um.
![Secretário de Segurança Pública do município, Valério Azambuja, durante entrevista ao Campo Grande News nesta tarde (11). (Foto: Marcos Ermínio)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2020/03/10/1x0258ne0znkm.jpg)
Recursos - A secretaria já iniciou a movimentação para driblar a falta de dinheiro, uma das maiores dificuldades da ampliação do sistema de videomonitoramento na Capital.
“Estamos trabalhando junto à bancada federal para obter recurso por meio dos ministérios da Justiça e Cidades. Já para levantar os 10% da gestão municipal, a proposta é fazer um termo de cooperação público-privada com os comerciantes da cidade”, afirmou o secretário.
Pela parceria, os empresários investem na aquisição dos equipamentos e compartilham as imagens com o poder público. Nada além do que já vem sendo feito, extraoficialmente, há mais de 1 ano, como conta o diretor da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), Paulo Matos.
“Quando as câmeras que já estavam instaladas começaram a dar problema, nós nos organizamos para ajudar a segurança pública. Decidimos direcionar os equipamentos particulares para as ruas e avisar policiais civis e militares, guardas municipais, agentes de trânsito e bombeiros sobre os casos suspeitos”, lembra.
A comunicação acontece até hoje, principalmente por meio de aplicativo de mensagem.
Na próxima semana, haverá reunião na ACICG para estabelecer as diretrizes da parceria.
![Videomonitoramento realizado ao vivo em 4 pontos da região central, direto da central de monitoramento. (Foto: Marcos Ermínio)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2020/03/10/3w4iqj6o7mg4c.jpg)
![Câmeras de monitoramento foram recentemente consertadas. Apenas duas não funcionam. (foto: Marcos Ermínio)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2020/03/10/1j9zx3pt5s619.jpg)
“Big Brother” da segurança - A aquisição prevista no projeto de expansão, irá fortalecer o sistema já existente, que conta com 20 câmeras ativas.
No videomonitoramento, todas as imagens capturadas são enviadas para o CCO (Centro de Controle Operacional), de onde sai o comando para que as equipes em campo façam as abordagens. Na central, é feita triagem das câmeras, de rádio e dos telefones 190 e 153.
O secretário Valério disse que a pasta vem ordenando os números referentes ao monitoramento dos últimos anos. “Verificamos que os dados não eram condizentes com a realidade, pois somente as ocorrências registradas nas unidades policiais são computadas. Isso não vinha ocorrendo”, ressalta.
Os dados começaram a ser registrados a partir de março. Do dia 13 ao 20, foram registradas 21 ocorrências de comércio e consumo de entorpecentes (49%), 16 ocorrências no trânsito (37%), 3 atitudes suspeitas (7%), 1 ato obsceno (3%), 1 de aglomeração/manifestação (2%) e 1 identificação de perigo (2%).
O videomonitoramento de Campo Grande começou a operar em junho de 2015, inicialmente com 22 câmeras instaladas na região central.
"Os equipamentos, que custam R$ 20 mil, ficaram 18 meses sem manutenção corretiva e preventiva. Fizemos levantamento de todos na semana passada e muitos apresentaram problemas simples, que já foram reparados. Peças de apenas 2 câmeras ainda precisam ser substituídas", informou.
À época, uma equipe formada por 24 guardas municipais, seis integrantes da Defesa Civil, quatro agentes de trânsito e quatro policiais militares foram capacitados para operar o sistema.
Até o início desse ano, apenas 6 servidores fazem revezamento. Confira no vídeo, a reestruturação que será feita pela Secretaria de Segurança para recomposição dessas equipes.