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Capital

Audiência de envolvidos em tortura e decapitação no Céuzinho é adiada

Pelo menos 12 suspeitos de envolvimento com o PCC são acusados pelo crime.

Adriano Fernandes e Geisy Garnes | 27/02/2018 21:18
Corpo encontrado na cachoeira do Inferninho em novembro passado. (Foto: Paulo Francis)
Corpo encontrado na cachoeira do Inferninho em novembro passado. (Foto: Paulo Francis)

Marcada para esta terça-feira (27), a primeira audiência sobre a morte de José Carlos Figueiredo, de 41 anos, teve de ser adiada pela justiça. Isto porque nem todos os suspeitos de relação com o crime foram intimados a tempo.

Uma nova audiência deve ser marcada pelos próximos dias. José Carlos foi encontrado decapitado, com mãos e pés amarrados, na cachoeira do Céuzinho em novembro do ano passado, em Campo Grande.

Segundo a polícia, o homem foi vítima da guerra entre PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho. Até então, pelo menos 11 pessoas tiveram a prisão decretada por envolvimento no “tribunal do crime” ao qual a vítima foi submetida.

Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público Estadual, José Carlos foi morto por supostamente ter agredido o filho de um dos suspeitos e ainda por envolvimento com o CV (Comando Vermelho).

A vítima e o filho, de 16 anos, foram sequestrados no dia 18 de novembro, em frente a um comércio do Jardim Conrado. Três dias depois, o adolescente foi liberado, mas o pai permaneceu em poder da facção até ser “julgado" pelo Tribunal do Crime e executado.

Ainda conforme as investigações, José foi mantido em cativeiro em quatro endereços diferente durante esse tempo: no Jardim São Conrado, no Jardim Noroeste, no Bairro Taveirópolis e nas Moreninhas.

A denúncia defendeu ainda que José foi submetido a interrogatórios e a torturas durante os dias que foi feito refém.

Crime brutal - Além do envolvimento com o Comando Vermelho, a morte de José Carlos foi encomendada após um adolescente, conhecido como “Tio Patinhas”, ser ameaçado por ele.
Uma dívida por droga que teria iniciado o desentendimento entre os dois.

O adolescente então resolveu pedir ajuda do pai que é interno do sistema prisional de Mato Grosso do Sul, onde cumpre pena de 15 anos por latrocínio, “para se livrar das ameaças”. A mãe do adolescente também resolveu interferir na situação e pediu ajuda ao PCC. Foi a partir daí que a facção se envolveu no caso.

Forçado pela lei “Vida se paga com Vida, “Tio Patinhas” foi forçado pela facção a decapitar a vítima ainda viva. Foi o adolescente que começou a execução, mas não conseguiu concluir o crime. Conforme as investigações da polícia, Pamella Almeida Ribeiro, conhecida como Emonoma e apontado como a responsável por coordenar todo o crime, quem “terminou o serviço”.

O corpo e a cabeça da vítima foram levados a região do Céuzinho e foram jogadas pelos suspeitos em cachoeiras diferentes. O corpo foi encontrado 10 dias depois do sequestro, no dia 28 de novembro, mas a cabeça nunca foi localizada.

Prisões - A mulher é uma das 12 pessoas identificadas pela DEH como responsável pelo sequestro, cárcere privado e execução de José Carlos e que estão presas.

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