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Capital

Bancários paralisam atendimento em duas agências de Campo Grande

Banco impõe que sindicato fiscalize o ponto eletrônico dos trabalhadores e controle as horas extras

Por Natália Olliver e Murilo Medeiros | 06/02/2025 10:29
Bancários paralisam atendimento em duas agências de Campo Grande
Agência do Banco Itaú, localizada na Rua Marechal Rondon, em Campo Grande (Foto: Murilo Medeiros)

Duas agências do Banco Itaú amanheceram sem o serviço interno dos bancários nesta quinta-feira (6) na Capital. O motivo é a falta de negociação com a categoria e mudanças nos acordos coletivos que tratam de salários, horas extras e ponto eletrônico. Apesar da paralisação, o Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região deixou os caixas eletrônicos da unidade localizada na Avenida Coronel Antonino e da Rua Cândido Mariano disponíveis ao público. Nas outras agências, o serviço acontece normalmente.

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Duas agências do Banco Itaú em Campo Grande amanheceram sem o serviço interno dos bancários devido à falta de negociação sobre salários, horas extras e ponto eletrônico. O sindicato afirma que o banco quer que ele valide as horas extras, o que não concorda. A presidente do sindicato denuncia que funcionários ultrapassam as horas estipuladas em contrato e sofrem retaliação se não assinarem o acordo proposto pelo banco, como o corte de bolsas de estudo. O banco foi contatado e informou que responderá à demanda.

Caso a empresa não retome as negociações, os bancários cogitam estender o protesto para outras agências e manter o serviço paralisado. Ao todo, a ação para pressionar o Itaú acontece em 11 estados do país.

A classe está em debate com a empresa desde 2024. Uma das reivindicações é que o sindicato não seja responsável pela fiscalização das horas extras e ponto eletrônicos dos funcionários, o que segundo Neide Rodrigues, presidente do sindicato, afirma que está sendo imposto pela empresa.

Bancários paralisam atendimento em duas agências de Campo Grande
Neide Rodrigues, presidente do sindicato dos bancários de Campo Grande (Foto: Murilo Medeiros)

“O ponto que não concordamos no acordo geral é o sindicato validar as horas extras dos trabalhadores. Como vamos validar se não estamos no dia a dia do banco? São eles que têm que validar e depois o sindicato pode questionar na justiça. Se ele fizer hora extra com aval do sindicato, mas e quando o sindicato não souber se ele fez mesmo ou não, como o trabalhador vai questionar isso? Não concordamos em validar o ponto eletrônico dos trabalhadores”.

Neide acrescenta que não há intenção do sindicato prejudicar o público com a paralisação, mas que é preciso ação efetiva para obter resultados. Segundo ela, a orientação nacional é que os serviços sejam retomados nesta sexta-feira (7). Além do citado, a presidente denuncia que funcionários ultrapassam constantemente as horas estipuladas em contrato.

“O Itaú tentou impor um acordo com propostas ruins para os funcionários. Ele quer que o sindicato dê sua 'chancela' para validar o ponto dos funcionários, assim como o banco de horas. Mas o sindicato não pode, e nem deve, validar as horas extras dos funcionários. A obrigação é do banco. Eles [funcionários] são obrigados a continuar trabalhando mesmo após marcarem saída no ponto, recebendo mensagens fora do expediente e sem poder definir uma compensação de horas. Não podemos aceitar um acordo que vai institucionalizar os desvios na jornada de trabalho e a arbitrariedade do banco de horas”.

Bancários paralisam atendimento em duas agências de Campo Grande
Sindicato não quer fiscalizar ponto eletrônico de funcionários e controlar horas extras (Foto: Murilo Medeiros)

Ela afirma que a instituição está fazendo retaliação para os funcionários que não assinarem o acordo. “Eles não dão as bolsas de estudos para os trabalhadores e essas bolsas o próprio banco incentiva que os funcionários façam. Eles falaram que se não aceitarem, vão cortar. Encaminhamos um e-mail para eles na segunda para retornar as negociações, mas até agora não houve resposta”.

A reportagem entrou em contato com o banco pelos canais de atendimento disponíveis à imprensa. A instituição informou está sempre em contato com os sindicatos para manter um diálogo justo.

“O Itaú Unibanco valoriza e mantém diálogo constante com os sindicatos, para ouvir e discutir suas demandas, e entende que manifestações como a de hoje fazem parte deste processo. Em razão dessa paralisação, os clientes da agência poderão ser atendidos e realizar suas transações bancárias por meio dos serviços digitais do Itaú Unibanco ou de correspondentes bancários”.

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