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Capital

Bombeiros apelam a grevistas para liberar combustível de viaturas

Segundo a Sejusp, as forças de segurança pública estão priorizando o abastecimento de viaturas operacionais

Geisy Garnes e Bruna Kaspary | 24/05/2018 12:29
Nos postos possuem combustível clientes fazem filas (Foto: Saul Schramm)
Nos postos possuem combustível clientes fazem filas (Foto: Saul Schramm)

A falta de combustível em Campo Grande causou transtornos para o Corpo de Bombeiros na manhã desta quinta-feira (24). Sem terem como abastecer as viaturas, os militares precisaram pedir aos manifestantes para que liberassem duas carretas da empresa Taurus, paradas nos bloqueios da BR-163.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, depois encontrarem os posto de combustível autorizados pelo Governo do Estado sem diesel, os militares precisaram interferir na situação. Acompanhados de funcionários da Taurus e em viaturas descaracterizadas, os bombeiros foram até os bloqueios e pediram aos grevistas a liberação de duas carretas da empresa.

Os caminhoneiros liberaram a passagem dos veículos, mas “escoltaram” as equipes até o Posto Modelo da Taurus - localizado na Avenida Costa e Silva - para garantir que o combustível fosse usado de fato no abastecimento das viaturas. Com isso, todas as equipes operacionais foram orientadas a procurar a unidade da Vila Progresso.

Ainda conforme apurado pela reportagem, os militares cogitaram a pedir o apoio do Exército, mas não houve solicitação formal. Segundo o coronel Álvaro Duarte de Oliveira Júnior, comandante do núcleo de comunicação social, hoje, o exército possui estoque de combustível para viaturas administrativas e operacionais e caso o auxílio seja necessário haverá um estudo da melhor maneira de se fazer a distribuição.

Em nota, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) afirmou que os serviços de atendimento do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e da Polícia Civil, funcionam dentro da normalidade, mas que para evitar a falta de combustível, a prioridade de abastecimento são para as viaturas responsáveis por ações na rua.

Manifestação - No quarto dia consecutivo, a greve dos caminhoneiros contra o aumento dos combustíveis provoca transtornos em vários setores. Postos enfrentam desabastecimento, o Ceasa (Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul) tem falta de produtos, o Consórcio Guaicurus negocia com a Agetran (Agência Municipal de Trânsito) uma eventual redução na oferta de linhas do transporte coletivo e o aeroporto tem querosene até sábado (26).

Encomendas dos Correios devem ter prazos de entrega ampliados devido a paralisação que provocou 41 pontos de bloqueio nas estradas federais do Estado, onde só passam carros de passeio, ônibus e ambulâncias. Já os motoristas de caminhões e carretas são "estimulados" a parar. As cargas perecíveis, como apurado pelo Campo Grande News, tem ficado retidas, enquanto as com animais são liberadas durante os bloqueios.

Caminhoneiros querem a redução da carga tributária sobre o diesel. Reivindicam a zeragem da alíquota de PIS/Pasep e Cofins, além de isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Impostos representam quase a metade do valor do diesel na refinaria. A carga tributária menor daria fôlego ao setor, impactado em 42% pelo custo do diesel.

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