Caixa ignora vereadores e mutuários e falta à audiência da Homex na Câmara
A Caixa Econômica Federal ignorou vereadores e mutuários de três residenciais da construtora mexicana Homex em Campo Grande, que apesar de estarem sendo pagos há 17 meses ainda não foram entregues. O banco decidiu não comparecer à audiência pública realizada nesta quarta-feira (23) pela Câmara Municipal para tratar do assunto, tendo sido criticadas pela população e parlamentares.
Em ofício encaminho uma hora antes da audiência, a instituição financeira afirma que já existe uma ação aberta na Justiça para resolver o problema, que corre em segredo de Justiça, sendo essa a razão de não aparecer para dar explicações aos clientes.
Para os vereadores da Comissão Permanente de Cidadania e Direitos Humanos, o representante do banco era considerado peça chave no evento. “Há sete meses estamos nessa batalha para acertar a situação dos mutuários e a Caixa, com sua falta de respeito, vem causando transtornos”, disse na tribuna o advogado que representa os mutuários, Periperes Rodrigues do Prado.
Ele afirma que se as negociações não avançarem, vai acionar a Justiça cobrando providências da instituição financeira, já que vários clientes estão bancando juros de obra enquanto os apartamentos estão, aparentemente, prontos.
Teresa Souza Freire, uma das mutuarias, ocupou a tribuna para reclamar da demora. “Paguei de outubro de 2015 até agora cerca de R$ 370 de juros de obra e não entrei na minha residência. Quando vamos até o local para saber e ter informações, há boatos de que as construções vão ser demolidas. Os apartamentos estão todos abandonados”, pontua.
O vereador Otávio Trad (PTB), que foi membro da CPI da Homex, disse os problemas com a construtora se repetiram em outras cidades, entre elas Foz do Iguaçu, Marabá e São José dos Campos. Em todos esses casos, além dos empreendimentos inacabados, havia problemas na estrutura. “A população foi vítima de um estelionato muito grande por parte da Homex”.
Segundo a vereadora Luíza Ribeiro (PPS), para liberação do habite-se a prefeitura depende de algumas pendências, que devem ser providenciadas pelas órgãos que vão participar do evento na Câmara, como licença ambiental da operação da construtura; certificado de vistoria do corpo de bombeiros; termo de liberação da infraestrutura de água e esgoto, termo da liberação da infraestrutura da pavimentação asfáltica e a quitação do termo de compromisso assinado com o poder Executivo em 2011.
Consultada durante a manhã pelo Campo Grande News, a Superintendência da Caixa Econômica solicitou que os questionamentos fossem encaminhados pelo correio eletrônico da assessoria de comunicação, mas até o fechamento desta matéria não nos chegou qualquer resposta.