Calor extremo acaba com vento e faz povo desistir até das redes durante descanso
Comerciante enfrenta queda nas vendas durante as altas temperaturas, enquanto população busca se hidratar
A forte onda de calor que continua atingindo Mato Grosso do Sul desde o mês de setembro também tem afetado as vendas daqueles que vendem produtos utilizados ao ar livre, como é o caso das redes, comum em áreas de lazer das residências do Estado.
Trabalhando no cruzamento da Rua Padre João Crippa com a Avenida Afonso Pena há 25 anos, o vendedor de redes José Fernandes de Souza, 53, conta que em 2023 as vendas caíram ao longo de todo 2023, mas que nesses últimos meses do ano, época em que as vendas normalmente são mais altas, a situação ficou ainda pior. “Não sei se é o calor ou a crise financeira enfrentada por todo mundo, mas que as vendas caíram isso é certo”, destacou.
Mas para aqueles que ainda optam por adquirir o produto utilizado normalmente ao ar livre nas residências, a fala de que o calor tem atrapalhado as horas de descanso se tornou frequente entre os clientes. “Eles sempre reclamam dessa temperatura está alta demais, não tá fácil”.
Para amenizar as consequências do clima extremo, água e suco têm sido essenciais para manter a saúde em dia. É o que diz o aposentado Ricardo Mendes, de 57 anos, que aproveitava uma das sombras da Praça Ary Coelho, na região central de Campo Grande, na tarde deste sábado (11), quando a temperatura atingiu a máxima de 37,5 °C.
“Eu já tenho problema de rim, então tenho que me hidratar bastante. Em casa eu uso ventilador pra conseguir dar conta desse calor”, relata. Em contrapartida, o aposentado relata um aumento na conta de energia, por conta do uso contínuo do aparelho que se tornou indispensável nas residências dos sul-mato-grossenses.
“Eu percebi também que a conta de energia aumentou por conta do maior fluxo de uso desses aparelhos. Além do ventilador, abro com muito mais frequência a geladeira e isso influi”.
Como muitas pessoas, o instalador de sistema, Oscar Xavier, de 46 anos, deixou a manutenção do ar-condicionado em segundo plano e, quando as temperaturas se elevaram, o aparelho não deu conta do serviço e acabou estragando. Agora, conta com a ajuda de ventiladores para tentar se refrescar dentro de casa. “A gente deveria ter feito a limpeza e acabou estragando. Agora estamos só com dois ventiladores, um na sala e um no quarto.”, disse.
Entretanto, apesar da falta que o ar gelado faz durantes as noites de sono, Oscar destaca que por enquanto não voltará a ter o aparelho funcionando em casa, por conta da energia que teve seu preço elevado durando o uso. “Quando eu estava com ar, a gente tava pagando R$ 370/390 de energia. Agora esse mês sem o ar veio R$ 230. Ele [o ar condicionado] faz uma falta, mas eu prefiro ficar sem por conta da conta de energia”, relata.
Calor extremo - A 3º onda de calor que está atuando em Mato Grosso do Sul desde a quarta-feira (8), deve se estender até o dia 16. Em termos de duração e abrangência, poderá ser mais forte do que a registrada em setembro, conforme informações do serviço de meteorologia. O fenômeno terá um tempo de duração maior, de até cinco dias e com cinco graus acima da média.
Neste sábado (11), a temperatura ultrapassou os 40°C em dez cidades de Mato Grosso do Sul. Em Porto Murtinho, a máxima atingiu a casa dos 42,3°C. Já Campo Grande, alcançou a marca de 37,5°C.
Apesar dos registros de tempestades em diversos municípios, as temperaturas se mantêm elevadas em todo o Estado.
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