Campo-grandense não se intimida com câmeras e celebra "Big Brother"
O “Big Brother” da área central de Campo Grande deve começar a funcionar na próxima semana. Mesmo sendo observados diariamente por 24 horas pelas câmeras do videomonitoramento, os campo-grandenses afirmaram que não se preocupam com a vigilância policial, alegando sentir uma sensação de segurança maior com a instalação das câmeras no quadrilátero central.
O sistema ainda não está em funcionamento pleno, ainda em fase de testes, mas a aposentada Zilda da Costa, 55 anos, acredita que a segurança já está melhorando. “Vai ajudar bastante. Vai mudar bastante”, comentou.
Uma equipe da Guarda Municipal, Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Defesa Civil e Polícia Militar faz o monitoramento das câmeras diariamente, observado, em alta definição, tudo o que acontece no Centro. Mas isso não intimida o campo-grandense, que assegura pensar somente na segurança.
“Eu não ligaria, estou em um lugar público, o importante é o sentimento de segurança”, afirmou a estudante Milena de Fátima, 20. De acordo com o secretário municipal de Segurança Pública, Valério Azambuja, as câmeras irão diminuir em 25% até 30% a criminalidade no quadrilátero central da Capital.
Vítima da violência em Campo Grande, o aposentado Mauro Ricardo Molina, 33, apoia o monitoramento pelas câmeras. Ele foi atingido por um tiro no olho, durante um assalto no Bairro Coophavilla, quando tentaram levar a sua bicicleta para trocar por drogas. “Vai ajudar bastante, na praça, por exemplo, ficam muitos usuários de drogas, isso vai acabar”.
As 22 câmeras, espalhadas nas ruas Rui Barbosa, 26 de Agosto, Afonso Pena, Dom Aquino e Maracaju, Mercado Municipal e Praça Ary Coelho, também beneficiarão os comerciantes da região. O autônomo João Carlos Ferreira, 28, não se intimida com as câmeras, acha “indiferente”, e crê que a violência já tem diminuído.
“Vai ajudar, não vai ser muito, mas vai ajudar. O problema é que a violência diminui aqui, mas aumenta nos bairros”, analisou.
O vendedor Weiglison de Oliveira, 30, aprovou a iniciativa da segurança pública. “É uma boa iniciativa. Ira inibir estes atos ou tentativas no Centro”. A curto prazo, complementou, pode não parecer que há mudanças, mas elas devem aparecer em um período médio ou longo.
O sistema custou R$ 860 mil e teve investimento do Ministério da Justiça, com contrapartida de R$ 150 mil do município, tendo nove quilômetros de fibra óptica.
A equipe, de oito pessoas, irá monitorar em tempo real os trechos captados pelas câmeras, acionando o CCO (Centro de Controle Operacional) no instante em que um crime ou acidente acontecer, deslocando uma viatura até o local para o atendimento da ocorrência.
As imagens captadas serão armazenadas em até 30 dias, podendo ser utilizada pela Polícia Civil e o Poder Judiciário, assim que solicitadas para investigações de crimes.
A Orla Ferroviária também será contemplada com o videomonitoramento. Em um prazo de 90 a 120 dias, sete câmeras serão instaladas em toda a sua extensão, que vai da Avenida Afonso Pena até as proximidades da Feira Central, também revitalizando toda a orla.
Em um prazo maior, o secretário revelou que todas as saídas de Campo Grande, que dão acesso às rodovias, serão monitoradas, firmando uma parceria com a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e a PRE (Polícia Rodoviária Estadual) para conter os criminosos que fogem para outros estados.