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Capital

Candidatos alegam irregularidades na aplicação da prova da Polícia e Bombeiros

Desorganização, falta de detector de metal e até uso de celulares foram reclamações mais frequentes

Natália Olliver | 06/03/2023 17:33
Candidatos alegam irregularidades na aplicação da prova da Polícia e Bombeiros
Militar do 10º Batalhão de Campo Grande (Foto: Paulo Francis\Arquivo Campo Grande News)

Candidatos que participaram do concurso para ingresso na PMMS (Polícia Militar) e CBMS (Corpo de Bombeiros) alegaram que o exame psicotécnico, segunda etapa do processo que avalia a aptidão mental dos concorrentes, foi “uma verdadeira bagunça”. Problemas como desorganização, falta de detector de metal e até uso de aparelhos celulares foram as reclamações mais recebidas pela reportagem. Devido ao cenário, candidatos acreditam que foram prejudicados e que o resultado da prova não é válido.

O exame foi aplicado no dia 12 de fevereiro, pelo Idecan (Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional) e o resultado foi publicado nesta segunda-feira (6), no Diário Oficial do Estado.

“Estava muito desorganizado. O gabarito preliminar saiu hoje, com mais de 300 candidatos inaptos. Eu estava na sala 9, com cerca de 70 candidatos, onde havia apenas uma psicóloga para manter a ordem e a disciplina. Ela apresentava muitas dúvidas ao orientar os candidatos, em uma oportunidade ela se ausentou para esclarecimento de dúvidas com o psicólogo chefe do local e deixou a sala ausente por mais de 10 minutos, onde eu verifiquei vários candidatos do fundo respondendo os testes”, disse Jacques, que preferiu ser identificado apenas pelo sobrenome.

O candidato ao cargo de soldado da PMMS ressaltou outros problemas que, para ele, comprometeram a prova: “Não havia fiscais nos banheiros e os celulares não foram recolhidos, além de também não haver detector de metais. Tinha muita gente olhando o celular dentro do banheiro masculino, um inclusive me disse que estava sanando as últimas dúvidas do teste BFP (Bateria Fatorial de Personalidade) com um colega que cursava psicologia”.

Psicóloga de 23 anos, que também disputava o cargo e não quis ter o nome divulgado, relatou o que considera despreparo na aplicação da prova. “Não sabiam nem explicar o teste que estava lendo. Na minha sala mesmo a psicóloga saiu para poder buscar informações, sem falar que o tempo foi totalmente diferente em cada uma das salas. Teve umas que elas nem consideraram enquanto outras consideram tempo a menos”.

Para ela, houve diversas irregularidades durante a aplicação do exame. “Nenhum dos envelopes estavam lacrados e já conferi com outras salas e nenhum estava. Não assinamos ata de presença na sala. Entraram vários alunos com recurso e fizeram o mesmo teste que a gente agora no domingo. Queremos uma revisão. Temos certeza que resultados estão equivocados. Isso prejudicou demais nós que lutamos há um ano estudando para esse concurso. Esse psicotécnico infringiu regras e o próprio edital”, finalizou.

Quem também reclama da prova é o candidato Danclei de freitas dos Santos, de 25 anos. “Hoje, com muita tristeza, abri o Diário Oficial e me deparei com o resultado de inapto. Eu e muitos colegas fomos prejudicados graças a desorganização do Idecan. Foram conversa alta, psicóloga perdida nos testes, candidato extrapolando o tempo, atraso no início da aplicação da prova”, disse.

A reportagem entrou em contato com o Idecan para esclarecer os questionamentos envolvendo a aplicação do exame, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.

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