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Capital

Cansada de furtos, associação apela pedindo compreensão aos ladrões

Desde o ano passado foram três furtos na obra da nova sede que fica no bairro Jardim Vilas Boas

Marcus Moura e Mayara Bueno | 05/02/2017 10:28
A placa foi colocada no portão da obra na tentativa de sensibilizar e afastar os ladrões. (Foto: André Bittar)
A placa foi colocada no portão da obra na tentativa de sensibilizar e afastar os ladrões. (Foto: André Bittar)

Cansada de tantos furtos na construção da nova sede, a Associação dos Ostomizados de Mato Grosso do Sul apelou para uma placa na entrada da obra, na tentativa de sensibilizar os ladrões para que não voltem mais ao local, que fica na região do bairro Vilas Boas, em Campo Grande.

“Senhor ladrão, não nos roube mais, por favor! Esta obra pertence à Associação de Ostomizados e tudo o que temos aqui foi conquistado com muita luta durante 20 anos! Precisamos terminar a nossa sede para continuar atendendo pessoas vítimas de câncer no intestino! Grata pela compreensão.", solicita a placa.

Os furtos começaram em maio do ano passado, diz a presidente da ONG, Lana Costa. “A primeira vez eles arrombaram o container que abrigava materiais dos pedreiros, levaram tudo mais uma serra de madeira. Em junho, eles arrombaram novamente o container e levaram os materiais dos pedreiros mais uma betoneira. No Natal, eles arrancaram o teto do container e levaram vários canos que seriam usados na parte hidráulica e grande parte dos fios de energia que seriam usados para a confecção da parte elétrica”, explica Lana.

Ela disse que colocou a placa na tentativa de sensibilizar os ladrões, uma vez que a ONG presta atendimento a 633 pessoas ostomizadas em Campo Grande, sempre com orçamento apertado. “Ao todo, 70% de todos os atendimentos são voltados a pessoas com câncer no intestino, mas também atendemos vítimas de acidentes graves entre outros. São vinte anos de muito trabalho, é revoltante não conseguir terminar a obra por causa dos furtos”, acrescenta.

A inauguração da nova sede estava prevista para outubro de 2016. Porém, por causa dos ladrões, a ONG precisa angariar cerca de R$ 25 mil para a conclusão dos serviços. “Nós queríamos terminar pelo menos o auditório e os banheiros para começarmos os atendimentos. Foi tudo feito com recurso próprio, dá uma tristeza ver alguém se aproveitando de algo que está sendo feito para ajudar as pessoas”, diz ela.

Vizinhos - Moradores da região disseram que furtos e assaltos são comuns no bairro. Mas para o vigilante José Ramão, 39 anos, que mora há 5 anos na região, a segurança no local melhorou se comparada ao ano passado quando uma onda de assaltos atingiu o bairro. Mesmo assim, o problema é sério.

“Aqui é muito escuro e têm umas bocas de fumo, a polícia não vem aqui. Uma vizinha minha foi assaltada dentro de casa, chamou a polícia, mas eles não vieram atendê-la. Somos esquecidos, mas mesmo assim temos que pagar impostos. Minha rua não tem asfalto e nem iluminação, mas mesmo assim eu pago R$ 970,00 de IPTU”, descreve.

Solidariedade - Quem quiser ajudar a ONG Ostomizados pode entrar em contato pelos telefones: (67) 3356-5830 e (67) 99948-6796 ou procurar a sede provisória que fica na Rua Barão de Melgaço, 118, Centro.

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