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Capital

Carandiru escondia de furtos a homicídios, diz polícia

A área que abrigava pelo menos 46 famílias escondia até espaço possivelmente usado para homicídios e tortura

Lucia Morel e Ana Beatriz Rodrigues | 06/06/2023 18:02
Policiais civis dentro de um dos apartamentos do Carandiru. (Foto: Polícia Civil)
Policiais civis dentro de um dos apartamentos do Carandiru. (Foto: Polícia Civil)

“Centro de criminalidade”. Foi assim que a Polícia Civil se referiu ao antigo Residencial Atenas, na Mata do Jacinto, conhecido hoje como Carandiru e onde houve a Operação “Abre-te Sésamo” nesta manhã. Foram 13 pessoas presas, entre elas duas mulheres e um adolescente. A área que abrigava pelo menos 46 famílias escondia até espaço possivelmente usado para homicídios e tortura.

O delegado Régis de Almeida, da 3ª Delegacia de Polícia e um dos responsáveis pela ação de hoje, contou que durante a busca e apreensão no prédio foi identificado um espaço com muitas marcas de sangue e fezes. Chamado de “cantoneira”, a área encontrada era certamente usada para torturar, castigar e matar desafetos ou pessoas que desrespeitavam as regras dos líderes da localidade. “Seriam para pessoas que não respeitavam as regras da criminalidade”, disse.

Almeida disse ainda que após inúmeras denúncias de roubos e furtos no bairro Mata do Jacinto, em agosto do ano passado, começou-se a planejar alguma ação para acessar os prédios inacabados. Rumores eram de que a polícia não conseguiria entrar devido à hostilidade com que sempre eram recebidos. Esta manhã, no entanto, após meses de planejamento, 277 policiais acessaram a área.

Alguns dos materiais apreendidos no Carandiru. (Foto: Polícia Civil)
Alguns dos materiais apreendidos no Carandiru. (Foto: Polícia Civil)

“Não existe local onde a Polícia Civil não entre”, disse o diretor do Departamento de Polícia Civil de Campo Grande, Wellington de Oliveira, presente na coletiva. Ele destacou que não foi preciso usar força policial excessiva ou haver troca de tiros e que, apesar do avanço, a operação foi pacífica. “Foi uma ação calma e sem tiros”. Não houve fuga ou resistência.

Das 13 prisões, duas já tinham mandado. Foram apreendidos ainda duas armas de fogo, 50 munições, 12 kg de maconha, 2 kg de cocaína e dois caminhões lotados de objetos sem origem lícita comprovada, como aparelhos de televisão, bicicletas, computadores, ferramentas e instrumentos musicais.

Social – Além da polícia, fizeram parte da ação militares do Corpo de Bombeiros, agentes da Defesa Civil e profissionais do serviço social, totalizando 321 servidores envolvidos. Isso porque mulheres, idosos e crianças tiveram um atendimento específico durante a “Abre-te Sésamo”, até mesmo com lanche.

Mulheres e crianças tomando lanche durante operação na Mata do Jacinto. (Foto: Polícia Civil)
Mulheres e crianças tomando lanche durante operação na Mata do Jacinto. (Foto: Polícia Civil)

Essa parte ficou sob responsabilidade da delegada adjunta da 3ª DP, Jennifer Estevam de Araújo, que antes da operação fez palestra com os policiais e outros profissionais para que todos ficassem atentos aos aspectos humanos e sociais da ação. “Para se lembrarem a todo tempo que ali também estariam mulheres grávidas, idosos e crianças”, comentou. Para estes, foi preparado lanche, com cachorro-quente e chocolate.

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