Casal acampa à beira de córrego em protesto por casa
Otair Mendes e Rosângela Cunha da Silva estão no local, às margens da Avenida Via Park, há uma semana
Vivendo há uma semana às margens do córrego da Via Park, região norte de Campo Grande, Otair Mendes, de 41 anos, e Rosângela Cunha da Silva, de 50, montaram um tipo de acampamento e dizem que fizeram isso como forma de protesto pela espera por uma casa.
Otair diz que ele e a esposa estão há três anos esperando por uma casa da Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários).
“Estamos aqui há uma semana. Não nego, se precisar eu fico mais 10, 20, 30 dias, o quanto for preciso até a prefeitura conseguir conceder a casa para a minha esposa”, disse Mendes.
Vendendo plantas artesanais, o casal recebe “sacolão” e produtos de higiene cedidos por moradores da região.
Segundo ele, a esposa é dependente química, faz uso contínuo de medicamentos e aguarda o BPC (Benefício de Prestação Continuada) da Loas (Lei Orgânica de Assistência Social). Antes de viver às margens do córrego, o casal diz que passou pelo Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua) e pelo Caps (Centros de Atenção Psicossocial).
“Antes de vir para cá, estávamos no Cetremi, depois fomos para o Caps. Nos dois lugares a estrutura é ruim, tinham 'puxado' faca para minha esposa lá. Quando vamos falar com as autoridades e a assistência social, sempre desconversam, mandam voltar outra hora, por isso viemos para cá, para chamar atenção”, destacou Mendes, que atualmente é também catador de recicláveis.
Ele conversou com a reportagem enquanto a esposa dormia. Segundo Mendes, nesta semana alguns agentes da prefeitura foram até o local em que vivem para saberem a situação da moradia e encaminharem os dois a outro local.
Moradora da região, Maria Auxiliadora Ribas, 54 anos, disse a região conta com vários moradores ao longo da beira do córrego.
O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria da Prefeitura de Campo Grande a fim de obter mais informações sobre a situação do casal na fila de espera pela casa, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto.
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