ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Casal assassinado planejava união na igreja para celebrar 35 anos

Rodeados por duas dezenas de coroas de flores, os caixões são velados lado a lado

Aline dos Santos e Rafael Ribeiro | 20/07/2017 10:11
Juntos há 35 anos, Cristóvão e Fátima Silveira foram brutalmente assassinados. (Foto: Reprodução/Facebook)
Juntos há 35 anos, Cristóvão e Fátima Silveira foram brutalmente assassinados. (Foto: Reprodução/Facebook)
"Só tenho que desejar que Deus acolha ele e sua esposa", afirma Airton Saraiva. (Foto: Marcos Ermínio)
"Só tenho que desejar que Deus acolha ele e sua esposa", afirma Airton Saraiva. (Foto: Marcos Ermínio)

A brutalidade do crime que chocou Campo Grande pôs fim ao plano do casal Cristóvão e Fátima Silveira de celebrar na igreja a união existente há 35 anos.

Em meio a poucas palavras entrecortadas por lágrimas, familiares, que acompanham o velório do ex-vereador e esposa no Parque das Primaveras, relatam que eles se casariam no religioso e estavam felizes pela aquisição da chácara, onde acabaram assassinados.

Fátima Silveira,56 anos, era formada em Turismo e dedicava-se à família. Cristóvão tinha 65 anos e foi vereador na Capital por cinco mandatos.

Rodeados por duas dezenas de coroas de flores, os caixões são velados lado a lado. No entorno, dois filhos arrasados e pessoas chocadas pela crueldade do duplo homicídio. Na lembrança, imagens de um casal alegre e de um Cristóvão Silveira à la Alain Delon.

O ex-vereador Airton Saraiva conta que ficará na memória a imagem de uma pessoa culta, que ajudava os políticos de primeira viagem, alegre, zelosa com a forma física e que levava, entre os amigos, apelido do galã francês.

“Muito triste para todos nós. É um momento de muita tristeza para a cidade. O que fica na memória do povo é o trabalho grandioso por Campo Grande”, afirma.

Titular da Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda), Márcio Monteiro diz que ficará com o reconhecimento pelo trabalho de Silveira. “Todos estão chocados com esse crime de grande selvageria. Vou guardar na memória que o Silveira era pessoa de ótima índole, que trabalhou pela cidade, Estado e pelo partido”, salienta, ao comentar a trajetória do ex-parlamentar pelo PSDB.

“Trata-se de um grande líder, de importância fundamental para Campo Grande. Uma pessoa que deixa um legado na cidade. O momento é de tristeza pelo que aconteceu. E o apoio à família é fundamental”, diz o presidente da Câmara Municipal, João Rocha (PSDB).

Ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PTB) lamenta tamanha violência. “Nos faz pensar a respeito da índole do próprio ser humano. Resta agora guardar a imagem de homem e pai exemplar, um amigo para toda hora”, diz.

“A gente vai guardar essa figura de pessoa exemplar. Um casal que deixará muitas saudades”, afirma a subsecretária de Políticas para a Mulher, Carla Stephanini. 

Nas coroas de flores, condolências do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e do ex-governador André Puccinelli (PMDB). 

Violência - O crime aconteceu na terça-feira (dia 18), na chácara Bem-te-vi-, localizada na saída para Rochedo, na MS-080. O vereador e a mulher, encontrada nua e com parte das pernas queimada, foram mortos a facadas.

Três pessoas estão presas no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros): o caseiro da chácara Rivelino Mangelo, 45 anos; e seus filhos Alberto Nunes Mangelo, 20 anos; e Rogério Nunes Mangelo, 19 anos.

Já Diogo André dos Santos Almeida, sobrinho de Rivelino, morreu em troca de tiros com a polícia de Corumbá. O quinto envolvido no crime segue foragido e a polícia faz buscas.

Velório acontece na manhã desta quinta-feira no cemitério Parque das Primaveras. (Foto: Marcos Ermínio)
Velório acontece na manhã desta quinta-feira no cemitério Parque das Primaveras. (Foto: Marcos Ermínio)
Nos siga no Google Notícias