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Capital

Número de postos com dentistas cai pela metade e prefeitura remaneja pacientes

Algumas unidades de saúde estão sem o serviço há pelo menos nove meses, segundo o Conselho Regional

Por Lucia Morel | 09/04/2025 17:17
Número de postos com dentistas cai pela metade e prefeitura remaneja pacientes
Paciente em atendimento odontológico em posto de saúde de Campo Grande. (Foto: PMCG)

Com metade das unidades de saúde onde são realizados atendimentos odontológicos sem equipamentos, a Prefeitura de Campo Grande tem remanejado e reagendado pacientes. Alguns postos estão sem o serviço há pelo menos nove meses, segundo dados do CRO/MS (Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso do Sul) e do Sioms (Sindicato dos Odontologistas de MS). A situação é reportada pelo Campo Grande News pelo menos desde fevereiro.

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A Prefeitura de Campo Grande enfrenta dificuldades com a falta de equipamentos odontológicos em metade das unidades de saúde, resultando no remanejamento e reagendamento de pacientes. Problemas com compressores, essenciais para o funcionamento de cadeiras e brocas, são os mais críticos, com algumas unidades sem o equipamento há meses. O Ministério Público investiga a situação, enquanto a prefeitura busca soluções emergenciais e licitações para manutenção. Apesar dos desafios, atendimentos que não dependem dos compressores continuam a ser realizados.

Quatro verificações sobre problemas no setor estão em andamento pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, através da 76ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, entre elas a que aponta ausência de equipamentos essenciais à atuação odontológica, como seladoras, refletores, autoclaves e compressores. Este último, conforme as entidades de classe, são os mais necessários, já que são os que fazem as cadeiras, brocas e canetas usadas nos procedimentos, funcionarem.

Relatório do CRO/MS de 3 de abril deste ano indica que das 40 unidades de saúde verificadas, em 19 não há compressores. A reportagem apurou que não existe contrato vigente para manutenção desses aparelhos e o último ocorreu em 2018.

“Dentre todas as unidades entrevistadas e visitadas, foi identificado que o grande problema atual – situação pior que da fiscalização anterior – se dá em relação à falta de funcionamento dos compressores odontológicos”, cita ofício enviado ao MP. Sobre seladoras, refletores, autoclaves “os problemas são pontuais.”

Na USF (Unidade de Saúde da Família) Cohab, não há compressor há nove meses, ou seja, desde julho do ano passado e na USF do bairro Maria Aparecida Pedrossian, o serviço está parado por falta do equipamento desde setembro de 2024. Nos postos básicos de saúde Aero Rancho, 26 de Agosto, Santa Emília e Caiçara, há pelo menos quatro meses os compressores pararam de funcionar.

A Prefeitura de Campo Grande informou que possui processo, ainda em andamento, de contratação emergencial de empresa para manutenção desses equipamentos. Fora isso, há processo licitatório para o mesmo fim. “Ainda é importante reforçar que nenhuma equipe está sem realizar atendimento. Aqueles procedimentos que podem ser realizados na própria unidade sem o compressor são executados”, cita o município, ressaltando que há reagendamento para unidades para onde a equipe do posto de origem tenha sido remanejada.

Inquéritos - Os outros três inquéritos do MP dizem respeito à falta de fotolimizadores (luz azul que endurece a resina) odontológicos; insumos, materiais de consumo e instrumentos de trabalho odontológicos; e cadeiras e mochos. O CRO realizou vistoria nas mesmas unidades citadas acima em relação a todos os quatro procedimentos.

Em relação aos fotolimizadores, o único posto que não conta com o aparelho é a USF Dr. Antonio Pereira (Tiradentes). “Entretanto, não obstante haja a manutenção dos equipamentos, foi relatado por mais de uma unidade a demora na realização dos reparos e manutenção de tais equipamentos. Não há empresa contratada para manutenção dos equipamentos em razão desta ser realizada pelos técnicos especializados da própria Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande/MS”, diz o relatório.

Sobre os insumos, materiais de consumo e instrumentos de trabalho odontológicos, o CRO identificou faltas pontuais que não comprometem o atendimento aos pacientes. “Concluímos que grande parte da situação dos materiais de consumos e materiais permanentes odontológicos foram resolvidos, embora persista a necessidade de um dimensionamento mais adequado da quantidade de materiais de consumo para as Unidades e reposição de alguns instrumentais odontológicos para melhor atendimento aos pacientes.”

Por fim, sobre as cadeiras e mochos, não há ausência de nenhum deles,  “entretanto, em diversas unidades foi identificada a falta de manutenção em tais equipamentos, o que vem comprometendo a utilização”, encerra.

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